Folha de S. Paulo


De alvinegro, Bauru bate Paulistano e empata final do NBB no Corinthians

Divulgação/Fotojump/LNB
Jogadores do Bauru se preparam para o início da quarta partida das finais do NBB contra o Paulistano, neste sábado (10), no ginásio Wlamir Marques, do Corinthians, em São Paulo.
Jogadores do Bauru entraram com uniforme novo para agradar ao torcedor corintiano

No retorno da elite do basquete brasileiro ao Corinthians, após hiato de 16 anos, foi um time vestido de alvinegro que saiu com a vitória neste sábado (10). Mudando as cores tradicionais de seu uniforme (verde e branco) para se ajustar à ocasião, o Bauru se impôs diante do Paulistano, venceu por 81 a 64 e levou às finais do NBB ao quinto jogo.

O duelo decisivo entre as equipes está marcado para o próximo sábado (17). Inicialmente prevista para Botucatu, o duelo vai voltar a Araraquara, palco do terceiro jogo da série, também vencido pelo Bauru.

Os dois primeiros compromissos das finais foram realizados nos ginásios dos finalistas, com o Paulistano fazendo as vezes de anfitrião na partida de abertura, em 27 de maio, e o Bauru acolhendo a segunda partida, em 2 de junho.

Depois, a orientação da LNB (Liga Nacional de Basquete), organizadores do NBB, era a busca por ginásios maiores. Essa procura levou os dois times ao ginásio Wlamir Marques, dentro do Corinthians. De grande tradição na modalidade, o clube havia tido seu último contato com equipes da elite desde 2001, quando disputou seu último Campeonato Paulista.

REAÇÃO

Em busca de seu primeiro título do NBB, o Bauru tenta completar uma virada marcante, depois de ter perdido os dois primeiros jogos.

Não é a primeira vez que eles se colocam nessa situação para completar uma complicada virada, também contra uma equipe da capital paulista. Pelas semifinais, o time seguiu o mesmo roteiro para eliminar o Pinheiros.

Do ponto de vista tático, em sua reação, o Bauru tem conseguido inibir os contra-ataques de seu oponente. Em um jogo menos acelerado, de meia quadra, sua defesa tem funcionado, inibindo as infiltrações dos jovens e velozes armadores do Paulistano.

"Estamos com essa obediência tática ao que o Demétrios pede, encaixando nossa defesa, fazendo trocas, mesmo que eu sobre com um jogador mais baixo", diz o pivô Jefferson William, de 2,07 m de altura, que por vezes se viu à frente do armador Yago dos Santos, 18 e apenas 1,75 m.

Incansável, o veterano Alex Garcia, 37, foi o cestinha com 24 pontos, tendo jogado 39 dos 40 minutos possíveis. Ele ainda contribuiu com oito rebotes, cinco assistências e quatro roubadas de bola.

Nesta vitória, Alex foi assessorado por Gui Deodato, 26, a grande surpresa da partida no ataque. Ele saiu do banco para marcar 22 pontos em 30 minutos, além de colaborar com sua energia já habitual.

Foi com estes dois atléticos alas, o armador Valtinho e os pivôs Jefferson William e Shilton que o Bauru viveu seu melhor momento no segundo tempo, para abrir vantagem de dois dígitos na liderança, que seria mantida até o final.

"A gente conseguiu abrir uma boa diferença e não tivemos pressa para atacar. Ao mesmo tempo, continuamos defendendo. Estávamos bem firmes, com a cabeça no lugar para sair daqui com a vitória", disse Deodato.

Pelo Paulistano, o pivô Renato Carbonari somou 15 pontos e 13 rebotes em 27 minutos. Sua equipe teve muita dificuldade para pontuar, acertando apenas 9 de 33 arremessos de três pontos e 12 de 35 tentativas de dois.

NA ARQUIBANCADA

O ginásio corintiano não ficou tão cheio quanto a LNB esperava. O público anunciado foi de 5.552 pessoas, aquém da capacidade de 6.500 anunciada. Muitos dos ingressos entregues ao Paulistano não foram aproveitados.

Fora de quadra, antes de comemorar a vitória, presente em grande número, a torcida de Bauru também direcionava sua energia para atacar a LNB (Liga Nacional de Basquete). É um comportamento impulsionado por críticas à arbitragem da segunda partida, vencida pelo Paulistano, fora de casa.

O descontentamento dentro do ginásio Panela de Pressão, inclusive, levou à agressão do árbitro Cristiano Maranho. Ele sofreu socos de dois torcedores, que foram identificados e levados a Distrito Policial. O caso será apurado pela Justiça Desportiva, mas também terá encaminhamento criminal.
Em nota, o clube afirmou que vai cooperar nas investigações, adiantando que os suspeitos seriam banidos das partidas da equipe.

Maranho foi escalado para o jogo deste sábado. A menos de um minuto para o final do primeiro tempo, ele pediu a exclusão de um torcedor bauruense que estava sentado à beira da quadra. O jogo ficou paralisado por minutos até que o espectador fosse removido - sem, contudo, ser expulso do ginásio, sendo apenas deslocado para a arquibancada.

O clima foi amistoso, porém, no geral, sem confrontos.

A plateia também contou com o legendário Wlamir Marques, ex-ala do Corinthians que dá nome ao ginásio, e o ex-pivô Amaury Pasos, seu companheiro de clube em uma década de títulos nos anos 60. Juntos, os dois foram bicampeões mundiais pela seleção brasileira.

Da equipe nacional que disputou a Rio-2016, estavam presentes o ala-armador Leandrinho, que defendeu o Bauru no início da carreira, e os armadores Marcelinho Huertas, torcedor e cria da base do Paulistano, e Vitor Benite.


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