Folha de S. Paulo


CBF celebra transmissão, mas Globo mantém liderança na audiência

Adriano Vizoni/Folhapress
O ex-jogador de futebol Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, durante entrevista à Folha de S. Paulo, na sede do Grupo Folha, na região central de São Paulo (SP), em abril de 2016
Pelé, que comentou o amistoso da seleção na transmissão produzida pela CBF

Em Melbourne, a seleção sofreu nesta sexta-feira (9) a sua primeira derrota na era Tite. Longe dali, no Rio, os dirigentes da CBF comemoravam "o momento histórico".

A entidade classificou como um sucesso a empreitada de produzir e distribuir o sinal da transmissão do jogo jogo contra a Argentina, parte de excursão na Austrália.

Com a narração de Nivaldo Prieto e os comentários de Pelé e Denílson, o jogo foi exibido em várias plataformas. A TV Brasil e a Cultura transmitiram nos canais abertos.

"Foi extraordinário. Foi mágico transmitir da sede da CBF uma partida com aquela qualidade. Os índices foram super positivos", disse o secretário-geral da confederação, Walter Feldman.

A Cultura subiu quase seis vezes a sua audiência no horário. A emissora chegou a 2,3 pontos, entre as 7h12 e as 9h06, de acordo com a medição prévia do Ibope. Os números consolidados serão divulgados na segunda (12).

A média do canal foi de 0,4 ponto nas últimas quatro sextas-feiras. Cada ponto equivale a cerca de 70 mil domicílios com televisão na Grande São Paulo.

A Cultura ficou em quarto lugar, superando a Band. Já a TV Brasil chegou a 0,6 ponto na Grande São Paulo. Por R$ 45 mil, a CBF comprou o horário nas duas emissoras.

Apesar do aumento na audiência da Cultura, a TV Globo manteve a liderança. A emissora não quis os direitos dos amistosos da seleção na Austrália por discordar do modelo de negociação. Já a CBF queria vender apenas as duas partidas na Oceania.

No horário da partida desta sexta, a Globo ficou na liderança com 11,3 pontos.

No último amistoso da seleção disputado pela manhã (com início às 9h), a emissora carioca fez 11,1 pontos na goleada do Brasil diante do Japão, por 4 a 0, em 2012.

"Essa experiência foi importante para a CBF e também para o torcedor, que escolheu as suas plataformas", disse Feldman. Em agosto, a entidade fará concorrência pública para vender os direitos de transmissão dos amistosos até 2022 e das eliminatórias da Copa do Qatar.

Sem acordo com a Globo, a entidade decidiu montar a sua rede, seguindo uma tendência no cenário mundial.

Os dirigentes da confederação acreditam que vão arrecadar mais ao vender os seus produtos diretamente aos anunciantes nas mais diferentes plataformas. A entidade não divulgou um balanço financeiro da operação.
O perfil da CBF no Facebook bateu recorde –156 mil pessoas assistiram simultaneamente à partida.

A audiência foi o dobro da obtida na exibição da vitória do Brasil contra a Colômbia, por 1 a 0, em janeiro, no Rio de Janeiro. Na ocasião, a CBF abriu o sinal do amistoso para todo o mundo. Nesta sexta, o sinal estava aberto apenas para o Brasil.

A Vivo, que também transmitiu o jogo, não divulgou números da audiência.

O UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, afirmou que a transmissão do amistoso alcançou mais de 500 mil usuários, com mais de um milhão de pageviews. No pico de audiência, mais de 150 mil usuários assistiram à partida simultaneamente.

O sistema será mantido para os outros três amistosos deste ano. Na terça-feira (13), a seleção enfrenta a Austrália, também em Melbourne. Em novembro, o time fará mais dois jogos fora do país.


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