Folha de S. Paulo


Cuca tem volta triunfal, e Palmeiras estreia com goleada no Brasileiro

Ricardo Nogueira/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 14-05-2017, 16h00, CAMPEONATO BRASILEIRO 2017, PALMEIRAS X VASCO DA GAMA, ESPORTES: Jogadores (Palmeiras) comemoram gol de Jean durante partida realizada na Allianz Arena, zona oeste da capital. (Foto: Ricardo Nogueira/Folhapress) ***exclusivo Folha***
Jogadores do Palmeiras comemoram gol de Jean, na vitória contra o Vasco por 4x0 neste domingo (14)

O caso de amor da torcida do Palmeiras com Cuca recomeçou com vitória.

Metódico e supersticioso, o treinador apareceu com a calça cor de vinho para dar sorte. Tentou seguir o mesmo ritual da conquista do título brasileiro do ano passado. Deu certo. Na estreia da competição em 2017, o Palmeiras goleou o Vasco por 4 a 0, no Allianz Parque, neste domingo (14).

Ele era o único nome possível para substituir Eduardo Baptista. No que dependesse do torcedor palmeirense, nem teria saído. Passou cinco meses fora. Ao ouvir seu nome gritado pelo público no estádio, fez gesto de reverência, se virou para os quatro setores da arena e agradeceu, punhos cerrados. Nenhum jogador foi tão aplaudido e teve o nome entoado com tanta força quanto Cuca.

Se suas manias eram para dar sorte, vão continuar. Depois de cinco minutos de jogo, o Palmeiras já vencia por 1 a 0. Jean cobrou pênalti cometido por Jomar sobre Dudu.

Gol de Jean

O time paulista passou sufoco em alguns momentos. Ao forçar lances pelo setor direito do ataque, o Vasco levou vantagem e fez a bola chegar à área. Duas vezes, esta cruzou o gol sem que ninguém esticasse a perna para empurrá-la para a rede. A sorte estava com Cuca, como ele queria desde o início. Douglas aproveitou erro de Jean e saiu de frente para Fernando Prass. Com o gol à mercê, chutou no travessão.

Nenê, referência do Vasco, gesticulava, impaciente. Felipe Melo, referência do Palmeiras, tentava fazer a troca de passes ser mais rápida no meio-campo e reclamava com a arbitragem.

Cuca, agachado no limite da sua área técnica, era a imagem da tranquilidade. Nem o segundo gol, marcado por Guerra, o fez explodir de alegria. Fez o sinal da cruz e bateu palmas. Os reservas foram abraçá-lo. Fernando Prass saiu da sua área para dar a mão para o técnico que carrega a esperança palmeirense de levar a equipe ao segundo título nacional consecutivo.

Gol de Guerra

No intervalo, o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, distribuiu medalhas para 18 seguranças que estiveram com o clube em Montevidéu, na partida da Libertadores contra o Peñarol. Seria uma homenagem aos que protegeram o elenco na confusão que resultou em suspensão de seis jogos para Felipe Melo. Foi também uma cutucada na Conmebol. O clube brasileiro considera ter sido injustiçado. A conta do clube no Twitter os chamou de "heróis de Montevidéu".

Apesar do sossego no segundo tempo, Cuca beijou várias vezes a imagem de Nossa Senhora Aparecida e a guardou em seguida dentro da camisa.

Foi um retorno tão triunfal que serviu até para Borja espantar a má fase. Pela primeira vez vestindo a camisa 9, anotou duas vezes. Até então, o colombiano tinha apenas quatro gols desde a chegada, em fevereiro. Contratado por US$ 10,5 milhões, foi o principal reforço do clube para este ano.

De peixinho, Borja fez o terceiro da equipe no primeiro minuto do segundo tempo.

Primeiro gol de Borja

Enquanto Cuca reclamava a cada bola pelo alto e fazia sinal para que esta fosse tocada pelo chão, o Palmeiras criava uma chance atrás da outra. Dudu, Borja, Guerra e Jean poderiam ter feito mais gols. O time atuou com confiança no ataque. Os problemas não desapareceram do dia para a noite. O Vasco continuou a rondar a área cada vez que foi à frente. Mas quando sofreu o terceiro gol, estava derrotado.

O Vasco desistiu, mas Jomar, não. Depois de derrubar Dudu na área e quase fazer um golaço contra, o zagueiro cometeu outro pênalti sobre o atacante palmeirense aos 33 minutos. Borja fechou a goleada.

Segundo gol de Borja

Quando o árbitro Rodolpho Toski Marques encerrou a partida, as 33 mil pessoas presentes no Allianz Parque não homenagearam nenhum jogador. Nem sequer gritaram "Palmeiras". Cantaram "olê, olê, olê, olá, Cuca..."

O treinador agradeceu, cumprimentou seus atletas, um a um, beijou a santa e foi embora.


Endereço da página:

Links no texto: