Folha de S. Paulo


Se tem gente na cadeia, estamos fazendo o nosso, diz Cesar Cielo

Satiro Sodré-02.mai.2017/SSPress/CBDA
Cesar Cielo. Trofeu Maria Lenk. Parque Aquatico Maria Lenk. 02 de Maio de 2017, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
O nadador Cesar Cielo durante o Troféu Maria Lenk, no Rio

Após terminar a prova dos 50 m livre do Troféu Maria Lenk na segunda posição neste sábado (6), atrás de Bruno Fratus, Cesar Cielo afirmou que os resultados na competição redimem em parte o cenário de crise na natação nacional.

O velocista, que voltou a competir após um ano de afastamento, registrou bons tempos nos 50 m livre (21s79, sexto do mundo), 50 m borboleta (23s22, quarto do mundo) e 100 m livre (48s92, suficiente para integrar o revezamento 4 x 100 m livre no Mundial de Budapeste).

Além dele, a natação viu marcas fortes, das quais 18 entre as dez melhores do mundo neste ano. Cielo acredita que elas representam uma reação dos atletas.

"Independentemente se tem gente na cadeia, patrocínio que está em cima do muro se vai ou não vai, a gente está fazendo o nosso. Espero que esse Maria Lenk sirva para passar essa mensagem que estamos prontos para levar a natação para novos caminhos", afirmou o nadador, campeão olímpico dos 50 m livre nos Jogos de Pequim-2008.

Após a Rio-2016, o Ministério Público Federal em São Paulo acusou dirigentes da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) de improbidade administrativa de desvio de recursos públicos. No início de abril, em decorrência da investigação, uma operação da Polícia Federal prendeu o ex-presidente da entidade, Coaracy Nunes, e os dirigentes Ricardo Cabral, Ricardo de Moura e Sérgio Alvarenga –todos continuam detidos.

Em março, a Justiça do Rio nomeou o advogado Gustavo Licks como interventor da entidade, e ele tem como principal obrigação garantir a realização de eleições. O pleito foi marcado nesta semana para o dia 9 de junho.

A princípio, os candidatos são Sérgio Silva, ex-presidente da federação baiana, e Miguel Cagnoni, ex-presidente da federação paulista. Neste sábado, depois dos 50 m livre, Cielo declarou apoio a Cagnoni. Outras chapas poderão ser registradas.

Em meio a isso, a confederação perdeu o patrocínio do Bradesco e viu uma redução superior a 70% de seu principal apoiador, os Correios, que ainda não sabem se manterão o repasse no próximo ano.

Neste sábado, último dia de competição, o público encheu parte das arquibancadas no Parque Aquático Maria Lenk, o que animou Cielo.

"Ver a arquibancada cheia de novo é muito bacana, porque a natação passou por momentos bem difíceis nesses últimos meses, então ver bons resultados nas piscinas como vimos nessa semana mostra que a natação está viva", disse.


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