Folha de S. Paulo


Com patrocinador, Palmeiras planeja pagar mais para Cuca do que em 2016

Cuca e Palmeiras se acertaram na noite desta sexta-feira (5), e o técnico voltará para o clube ganhando mais do que quando o deixou em 2016. O salário do campeão brasileiro será de cerca de R$ 600 mil, incluindo o que receberão membros da comissão técnica. Até o ano passado, ganhavam aproximadamente R$ 400 mil mensais.

A Folha apurou que a Crefisa, patrocinadora do Palmeiras, foi contatada pelo clube e aceitou bancar parte do salário do técnico. As partes ainda não definiram como serão divididos os valores.

Cuca era a única opção do Palmeiras para a substituição de Eduardo Baptista, demitido pelo clube na quinta-feira (4).

"O Alexandre Mattos [diretor de futebol do Palmeiras] me ligou agora pela manhã e quis saber se os problemas particulares do Cuca já estão sob controle", disse à Folha Eduardo Uram, empresário do treinador. Uma pessoa próxima a Cuca teve um problema de saúde recentemente e ele decidiu ficar mais próximo da família por um período.

O Palmeiras enfrentava a concorrência de um clube chinês. O Changchun Yatai havia sondado o treinador.

Cesar Grecco/ Ag. Palmeiras
Paulo Nobre, Maurício Galiotte e Cuca conversam durante treino na Academia de Futebol
Paulo Nobre, Maurício Galiotte e Cuca conversam durante treino na Academia de Futebol

Na avaliação da diretoria do clube, as vantagens de contar com Cuca no grupo seriam a identificação com o Palmeiras e o conhecimento prévio dos jogadores. Zé Roberto, Jean, Vitor Hugo, Tchê Tchê e Dudu se destacaram na campanha do título brasileiro de 2016 e não têm jogado bem nesta temporada.

Além disso, os dirigentes palmeirenses avaliam que havia passividade de alguns jogadores na temporada 2017.

"O Eduardo iniciou em janeiro conosco, tinha um planejamento e no decorrer dos meses não atingimos a evolução necessária e desejada. Entendemos que a equipe necessita de ajustes para alcançar nossas metas. Falta de evolução da equipe foi o motivo da demissão", disse Galiotte.

ATRITOS

Em sua passagem pelo Palmeiras, Cuca teve alguns atritos, mas que não devem prejudicar a possibilidade de seu retorno.

A principal desavença foi com o então presidente Paulo Nobre, com quem nem ao menos conversava na reta final do Brasileiro. Ao longo de 2016, o treinador entregou diversas cartas de demissão depois de desentendimentos, mas as situações foram contornadas por Mattos e também por Galiotte, que ocasionalmente participava de "peladas" com os jogadores e a comissão técnica. Com a saída de Nobre, Cuca não deverá encontrar opositores na diretoria.

Entre os jogadores, ele teve discussões ríspidas com Barrios (atualmente no Grêmio) e Rafael Marques, além de algumas conversas mais firmes com Dudu.

No entanto, em coletiva de imprensa nesta sexta (5), Galiotte disse que os jogadores não seriam ouvidos na escolha do nome do treinador.


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