Folha de S. Paulo


Corinthians surpreende no contra-ataque e bate São Paulo no jogo de ida

Rogério Ceni armou o São Paulo no ataque, com três atacantes. O Corinthians foi fiel ao seu estilo sólido na defesa e veloz nos contra-ataques. Levou a melhor e venceu por 2 a 0 neste domingo (16), no Morumbi, pela primeira partida semifinal do Campeonato Paulista.

No segundo jogo, domingo (23), às 16 horas, no Itaquerão, o Corinthians poderá até perder por um gol de diferença. O São Paulo precisará ganhar pela vantagem de três. Se derrotar o rival por dois gols, a decisão será nos pênaltis.

O Corinthians usou a mesma receita do Cruzeiro, que derrotou o São Paulo no mesmo Morumbi, pela Copa do Brasil, na última quinta (13). Marcar impiedosamente, às vezes com 11 jogadores no campo de defesa, e deixar a falta de precisão nos passes do adversário fazer o resto.

Funcionou.

O São Paulo teve mais de posse de bola, mas teve dificuldade para criar. Sempre que o time visitante interceptava um lançamento, Romero, Arana ou Fagner eram acionados nas laterais. Havia Rodriguinho puxava o contra-ataque pelo meio. Na etapa inicial, deu certo não apenas uma vez, mas duas.

Jô recebeu passe de Rodriguinho e tocou na saída de Renan Ribeiro aos 19 minutos. Depois, o meia que deu assistência para o primeiro gol fez o segundo em chute de fora da área aos 46. Dois lances que jogaram pelo ralo o plano montado por Ceni.

O atacante consolidou sua fase de artilheiro de clássicos. Foi o quinto gol dele no Estadual. Quatro foram contra São Paulo, Palmeiras ou Santos. O único que não aconteceu diante de outro grande clube foi diante do São Bento, na primeira rodada.

"Os times vêm retrancados e a gente tenta furar a defesa. É um comportamento aceitável das equipes que vêm aqui", reconheceu o treinador do São Paulo.

Rogério Ceni se viu em situação difícil. Perdeu Wellington Nem ainda no primeiro tempo, lesionado. Apostou em Cueva sabendo que o armador não tinha condições de ficar em campo os 90 minutos. Teve de abrir mão do esquema com três atacantes para atuar em um losango no meio-campo, com o peruano na função mais avançada. Foram 39 cruzamentos na área corintiana em 90 minutos. No melhor deles, Lucas Pratto subiu sozinho para cabecear, mas mandou longe da trave.

Deu tudo tão errado que Jô recebeu cartão amarelo que o suspenderia da segunda semifinal, no Itaquerão, e este depois foi cancelado graças à intervenção do são-paulino Rodrigo Caio (leia mais ao lado).

Com a entrada de Gilberto, o São Paulo se tornou mais incisivo no ataque e ameaçou, principalmente com um chute cruzado e rasteiro, que obrigou o goleiro Cássio a desviar a bola com a ponta dos dedos.

"Foi uma grande defesa, muito difícil", admitiu o ex-goleiro Rogério Ceni.

O Corinthians, como sempre, ficou à espera de uma nova chance, que apareceu, mas não foi aproveitada. Arana e Jô partiram em velocidade no mano a mano contra a zaga adversária, sem conseguirem finalizar.

Quanto mais o tempo passava, mais o São Paulo se abria e errava passes, oferecendo ao Corinthians a chance de transformar a vitória em goleada. Não aconteceu. Mas o clube de Parque São Jorge já havia feito o bastante para vencer.

"Contra o Palmeiras [na primeira fase] e hoje [domingo] foram as nossas melhores partidas taticamente. Não temos que mudar nada e sim fortalecer o que temos feito no decorrer da temporada", afirmou o técnico Fábio Carille, sinalizando que, apesar de fazer a segunda partida em casa, o Corinthians deverá encontrar novamente o São Paulo com a mesma postura que o deixou perto de chegar à final do Campeonato Paulista de 2017.


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