Folha de S. Paulo


Técnico explora força de elenco numeroso e cria Palmeiras mutante

O Palmeiras contratou dez jogadores para a disputa dessa temporada, a maioria deles cobiçados por adversários da equipe na América do Sul. Tanta pujança tem sido explorada pelo técnico Eduardo Baptista, que tem ensaiado diferentes versões do seu 4-1-4-1 ao longo da temporada ao escalar atletas de diferentes qualidades, modificando assim o perfil da equipe.

Nesta quarta-feira (12), contra o Peñarol (URU) pela 3ª rodada da Libertadores, no Allianz Parque, Baptista terá a chance de repetir a escalação da equipe pela primeira vez no ano em 16 jogos. Sem jogadores suspensos ou lesionados (exceto aqueles que devem ficar a maior parte do ano fora, como Moisés e Thiago Martins), o treinador terá vasto leque de opções táticas à sua disposição.

Ao longo do ano, Baptista tem alternado escalações no meio de campo, moldando a equipe de acordo com os adversários e as necessidades do jogo.

Na primeira partida das quartas de final, contra o Novorizontino, Baptista optou por esquema que tem como principais características a velocidade pelas pontas, presença na área e grande potencial de finalizações. Na vitória por 3 a 1, o meio de campo titular foi composto por Felipe Melo, Róger Guedes, Dudu, Tchê Tchê e Willian, com Borja à frente.

Atacante de origem, Willian caiu nas graças do técnico pela capacidade de jogar pelo lado direito no meio de campo, ajudando a marcação e fazendo companhia a Borja nas investidas ao ataque. Com ele, o 4-1-4-1 às vezes ganha feições de um 4-1-3-2.

Nessa escalação, o aspecto negativo está no posicionamento centralizado de Dudu, onde ele rende menos do que pelo lado esquerdo.

No segundo jogo contra o Novorizontino, no triunfo por 3 a 0, Guerra foi titular, deixando a dinâmica de jogo palmeirense mais cadenciada, com mais trocas de passes e enfiadas de bola. Por outro lado, com essa escalação perdeu-se a velocidade de Róger Guedes e Keno, já que nas pontas atuaram Dudu e Willian.

No segundo tempo da mesma partida, Michel Bastos entrou no lugar de Willian. Minutos depois, iniciou jogada pela direita, passou para Guerra, que deu assistência para Borja fazer o segundo gol da partida. Lateral durante parte da carreira, Bastos agrega qualidade de passes e cruzamentos a partir dos lados do campo ao Palmeiras, além de ser bom cobrador de faltas.

Contra o Santos, na vitória por 2 a 1 pelo Paulista na Vila Belmiro, Baptista tentou unir a qualidade de Guerra no controle do ritmo de jogo e a velocidade de Dudu e Keno pelas pontas. Guerra e Keno não fizeram boa partida, e o treinador mostrou como um elenco numeroso faz a diferença. Sacou o venezuelano e o baiano, que deram lugar para Egídio e Róger Guedes, que usaria da agilidade pelo lado direito do campo para criar as duas jogadas de gols do time –na última delas, contou com a conclusão de Willian, que também entrou durante a partida para dar mais capacidade ofensiva à equipe.

Em momentos mais conservadores, como contra o Atletico Tucumán pela Libertadores, Baptista ainda recorreu a Thiago Santos, destruidor de jogadas, que então compôs dupla de volantes com Felipe Melo e deu proteção à defesa alviverde, em prejuízo ao ataque da equipe.

Embalado e jogando em casa, Baptista não deve se retrair. As recentes boas atuações de Willian e Guerra devem credenciá-los a vagas na equipe titular ao lado de Tchê Tchê e Dudu nesta quarta (12).


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