Folha de S. Paulo


Vídeo mostra momento do assassinato de fundador da Mancha Verde

Mancha Verde

Imagens de vídeo mostram o momento em que um dos fundadores da Mancha Verde, Moacir Bianchi, foi alvo de emboscada. Ele morreu pouco após ter seu carro prensado por dois veículos em um semáforo em São Paulo.

Bianchi parou o veículo no sinal, que estava vermelho. Um carro estava à frente. Outro veículo se aproximou por trás do carro de Bianchi, impedindo que o fundador da Mancha Verde conseguisse escapar. Um homem saiu rapidamente do carro de trás e efetuou vários disparos contra Bianchi, que ainda tentou dar ré.

A polícia apura o crime. Não há informações sobre o autor dos disparos. Em contato com a reportagem do UOL Esporte, o delegado responsável pela investigação do caso, Nilton Montoro, relatou que a polícia encontrou 16 balas no local do crime. Moacir Bianchi possuía 22 ferimentos espalhados por braços, pernas, rosto e tronco.

Edison Temoteo/Futura Press/Folhapress
Carro onde Moacir Bianchi foi encontrado morto
Carro onde Moacir Bianchi foi encontrado morto

De luto, a agremiação, que é a principal torcida organizada do Palmeiras, resolveu encerrar as atividades por tempo indeterminado.

"Moacir fez da Mancha Verde sua vida", escreveu a torcida em um comunicado. "Informamos também que em meio a diversos problemas que a torcida vem passando, e em cima dessa notícia de uma morte que deixou todos nós da torcida completamente abalados, comunicamos a todos os associados que a torcida Mancha Alviverde após 34 anos de fundação está encerrando suas atividades por tempo indeterminado".

Bianchi era considerado uma figura importante na agremiação, e em suas redes sociais sempre postava fotos ao lado dos atuais integrantes, tanto da torcida quanto da escola de samba, de cuja diretoria ele fazia parte. Ele participou ativamente do Carnaval de 2017 e inclusive estava no Anhembi durante a apuração dos desfiles na última terça-feira (28).

HISTÓRICO

Em 1983, Bianchi fundou a Mancha na companhia de 14 outros palmeirenses. Entre eles estava um de seus melhores amigos, Cleofas Sóstenes Dantas da Silva, mais conhecido como Cléo, morto a tiros em 1988 aos 22 anos diante da sede da organizada.

Em entrevista dada ao portal R7 em 2013, Bianchi enumera dezenas de brigas de que participou. Segundo ele, a Mancha ganhou fama por causa dessa violência.

Ele fez parte de alguns dos momentos mais tensos de atividade da organizada: em 1990, quando torcedores destruíram a sala de troféus do clube após eliminação no Paulista; e em 1995, no Pacaembu, quando torcedores do Palmeiras e do São Paulo se enfrentaram na final da Supercopa de Juniores, deixando 102 feridos e um morto.

Bianchi foi presidente da Mancha entre 1989 e 1990. Ele será velado na manhã desta sexta-feira (3) no cemitério do Jaraguá e enterrado na sequência no mesmo local.


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