Folha de S. Paulo


Ex-top 10 ensaia volta à elite e é atração no Aberto do Rio de tênis

Néstor J. Beremblum/Agência Eleven/Folhapress
O sérvio Janko Tipsarevic em partida do torneio de Buenos Aires
O sérvio Janko Tipsarevic em partida do torneio de Buenos Aires

Uma das atrações do Aberto do Rio não é favorito ao título, tampouco brasileiro.

O sérvio Janko Tipsarevic, 32, deve chamar a atenção de quem for ao complexo do Jockey Club Brasileiro, na Gávea, nesta terça-feira (21).

Atual número 96 do ranking, ele estreia contra um dos astros do evento, o austríaco Dominic Thiem (8º).

Ex-número oito do mundo e frequentador regular do top 10 de 2011 a 2013, o atleta passou por uma cirurgia no pé que o tirou de toda a temporada de 2014. Em 2015, teve outros problemas físicos que não o permitiram jogar regularmente. Só no fim do ano passado retornou ao top 200.

Além do bom nível de tênis que praticou nos seus melhores dias, características curiosas o colocaram em posição de destaque no circuito.

Com seus óculos de lentes claras ou escuras, a depender do sol, o sérvio é uma figura fácil de ser reconhecida.

Ele tem várias tatuagens, duas delas em japonês: uma é a citação "a beleza salvará o mundo", do escritor russo Fiódor Dostoiévski em "O Idiota", e a outra é composta por iniciais de familiares.

Entre os hábitos do tenista já esteve a leitura de filósofos como Friedrich Nietzsche e Immanuel Kant.

O sérvio sempre rejeitou o rótulo de atleta intelectual e costumava reclamar da atenção dada pela imprensa a esse aspecto da sua personalidade, que para ele é tão importante quanto outras coisas que gosta de fazer, como jogar videogame ou ser DJ de música eletrônica.

No Rio —e na semana seguinte em São Paulo, no Aberto do Brasil—, Tipsarevic tentará voltar a ter bons resultados em torneios de nível ATP. Depois de dois títulos de challengers em janeiro, ele caiu precocemente em Quito e Buenos Aires.

Uma boa campanha em um torneio que dá 500 pontos ao vencedor pode fazer a diferença no ranking, mas ele adota cautela.

"Não ponho todos os ovos em uma só cesta, mas é um grande evento. Ainda não joguei tão bem nestas semanas na América do Sul. Isso não costuma ser um sinal ruim, porque geralmente eu jogo mal no início de um tour e bem no fim dele", disse Tipsarevic à Folha.

Assim como nos outros torneios sul-americanos, ele garantiu lugar na chave principal do Rio graças ao convite da organização. O diretor da competição, Luiz Carvalho, conta que convenceu seus pares do potencial do sérvio.

"Conversei com ele no fim do ano sobre jogar na América do Sul. Ele me disse que a princípio não [tinha interesse], mas que se eu conseguisse convites para Quito, Buenos Aires e Rio ele viria. Aí eu fiz uma mágica [risos] e consegui os convites para ele", afirmou Carvalho.


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