Folha de S. Paulo


Federação internacional mantém suspensão ao basquete brasileiro

A Fiba (Federação Internacional de Basquete) decidiu nesta sexta-feira (3) manter a suspensão à CBB (Confederação Brasileira de Basquete) em virtude de problemas de governança, como atraso no pagamento de dívidas. A punição se estenderá no mínimo até maio.

A confederação brasileira está descredenciada desde então e, por consequência, clubes do país estão impedidos de disputar competições da Fiba.

Em encontro na sede da entidade, na cidade suíça de Mies, dirigentes da federação –liderados pelo presidente Horacio Muratore e o secretário-geral, Patrick Baumann– se reuniram com uma delegação brasileira formada por integrantes da CBB, do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e até do escritório da NBA no Brasil.

Uma nova avaliação da situação do basquete brasileiro será feita em maio, em congresso da Fiba –só então a suspensão pode ser derrubada. De acordo com nota divulgada pela federação, "as discussões foram francas e construtivas e todos os envolvidos expressaram o desejo de remediar esta situação o quanto antes".

No comunicado, a federação também disse que problemas de "governança, finanças e esportivos" persistem até o momento, mesmo com a suspensão há mais de dois meses.

Divulgação
Carlos Nunes, presidente da CBB
Carlos Nunes, presidente da CBB, durante palestra

A CBB, segundo sua assessoria de imprensa, não pode se pronunciar sobre o assunto. As eleições para a presidência da entidade ocorrerão em março, e ficou estabelecido que o próximo mandatário se comprometerá a colaborar com a Fiba e sanar a confederação financeiramente.

Na próxima semana, haverá uma reunião dos líderes da CBB com representantes do Ministério do Esporte para avaliar a situação.

PUNIÇÃO

Ao anunciar a punição, em novembro, a Fiba afirmou que a CBB não seguia preceitos do estatuto internacional. Entre eles, a não participação em competições internacionais de juniores e o cancelamento de campeonatos da categoria em nível nacional.

A Fiba frisou também como motivos a não participação da CBB nos campeonatos 3 x 3 de sêniors, e o fato da confederação não ter organizado um evento do tour mundial da modalidade no Rio.

"Eles não têm controle total do basquete no país", disse a Fiba na ocasião, em nota que citou também a intervenção de terceiros na escolha e no custeio de atividades da seleção nacional.

Além disso, a CBB vem adiando pagamentos para a federação internacional, de acordo com a Fiba. "A situação financeira da CBB não permite a ela que banque suas operações", afirmou a entidade.

Outro motivo apontado foi o de que a confederação brasileira não apresentou um plano de reestruturação a ser aplicado até as próximas eleições para presidente.


Endereço da página:

Links no texto: