Folha de S. Paulo


Para não administrar o Maracanã, Odebrecht vai à Justiça nesta segunda

A Odebrecht vai tentar suspender nesta segunda-feira (23) a liminar que a obriga a administrar o Maracanã.

Os advogados da empresa vão entrar nesta tarde com um recurso no Tribunal de Justiça do Rio.

A concessionária se recusava a reassumir a administração do estádio após a realização dos Jogos Olímpicos do Rio.

A empresa, que pertence 95% a Odebrecht, alega que o Comitê Rio-2016 não concluiu obras necessárias para a devolução do estádio.

Para a PGE (Procuradoria Geral do Estado), a não conclusão das obras não impedia que a concessionária reassumisse a administração.

No último dia 13, a PGE obteve uma liminar obrigando a concessionária a operar o Maracanã.

Desde quarta, funcionários da Odebrecht voltaram ao estádio.

Se a ordem judicial não fosse cumprida, a multa prevista era de R$ 200 mil por dia.

O primeiro jogo previsto para o Maracanã é o clássico entre Botafogo e Flamengo, no dia 17 de fevereiro.

Até agora, apenas o Fluminense tem contrato para atuar no estádio.

O acordo do Flamengo venceu em dezembro do ano passado.

Mesmo assim, a Odebrecht admite que pode fechar um acordo pontual para realizar o clássico no estádio.

ENTENDA
Maracanã sem dono

Por que o Maracanã está abandonado?
A concessionária que administra o estádio, formada pela Odebrecht, com 95% das ações, e a AEG, com 5%, se recusou a reassumir a gestão do Maracanã após a realização dos Jogos Olímpicos do Rio alegando que o Comitê Rio-2016 não concluiu obras necessárias para a devolução do estádio.
A Odebrecht também tenta devolver o estádio ao governo do Rio. A empresa alega um prejuízo acumulado de R$ 173 milhões no Maracanã.

Há interessadas em administrar o estádio?
Sim, dois grupos estrangeiros, a Lagardère e GL Events, fizeram propostas para assumir o estádio. A Odebrecht estabeleceu em R$ 60 milhões o valor para passar adiante sua participação. O governo do Rio está analisando as duas ofertas e deve definir a situação até o final de janeiro.

O governo pode assumir a gestão do Maracanã?
O governo não quer o estádio. O Rio atravessa uma das maiores crises econômicas da sua história. Decretou estado de calamidade pública em razão de suas finanças.


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