Folha de S. Paulo


Diretores da Chapecoense mortos em tragédia deixaram lista de reforços

A Chapecoense já tem uma lista de reforços com 20 nomes para ser analisada. A relação foi elaborada por Mauro Stumpf, o Maurinho, que exercia o cargo de vice-presidente de futebol, e Cadu Gaúcho, diretor de futebol, ambos mortos no acidente aéreo do último dia 29 na região de Medellín, na Colômbia.

Os nomes começaram a ser avaliados na segunda-feira (12) pelo diretor executivo Rui Costa e pelos outros dois integrantes do departamento de futebol: João Carlos Maringá e o ex-goleiro Nivaldo, que se aposentou dos gramados após o acidente aéreo -não estava no voo porque ficou fora da lista de relacionados.

Os três passaram os últimos dias reunidos na Arena Condá e na sede do clube e mantêm contato com Vágner Mancini, novo treinador da equipe, que está na Granja Comary, onde realiza um curso da CBF para técnicos.

"Conseguimos ficar com uma lista de nomes que o Cadu e o Maurinho tinham anotado. A gente não sabe, porém, se eles chegaram a conversar com esses atletas. Essa lista contém 20 nomes e ficou com o nosso departamento de análise de desempenho", disse o ex-goleiro Nivaldo sem dar mais detalhes.

Na Chapecoense desde abril de 2006, o ex-goleiro afirmou também que o clube deve começar a analisar os nomes que estão sendo oferecidos pelas equipes brasileiras. De acordo com o novo diretor, o time manterá a linha de contratações que vinha sendo executada pela diretoria anterior. A intenção é não ultrapassar o teto salarial de R$ 100 mil.

"Vamos pegar informações desses jogadores e ver se encaixam no nosso perfil. Não vamos sair contratando vários jogadores e fazer loucura. Aqui as decisões serão tomadas em conjunto, como sempre aconteceu. Você tem que ter organização e tirar o máximo do atleta contratado."

Sem a experiência de ter trabalhado na área, Nivaldo disse que pretende, neste início, ser o elo entre os jogadores da equipe que será remontada e a nova diretoria.

"Como perdemos a identidade que tínhamos, minha grande missão será fazer com que os atletas contratados reencarnem a Chapecoense. Vou pegar pelo braço cada atleta que chegar e explicar como funciona a Chapecoense e ele terá que se encaixar."

A princípio, o clube deverá trabalhar em duas fases de contratações. Na primeira, deverá trazer cerca de 22 jogadores, além de promover dez atletas da base para o time principal, para a disputa da Primeira Liga e do Campeonato Catarinense. Em um segundo momento, a equipe buscará mais dez jogadores para reforçar o elenco para a sequência da temporada.

Do time que disputou o último Brasileiro, apenas o meia Martinuccio deve permanecer -tem contrato até o final de 2017. Já o goleiro Marcelo Boeck, os zagueiros Demerson e Rafael Lima, o lateral Cláudio Winck, o volante Moisés, o meia Neném e os atacantes Lourency e Lucas Mineiro não devem permanecer na equipe catarinense.

Na próxima temporada, o clube disputará a Primeira Liga, o Catarinense, a Recopa, a Libertadores, o Brasileiro, a Copa do Brasil e a Copa Suruga, além do torneio Joan Gamper, contra o Barcelona.

Acidente em voo da Chapecoense


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