Folha de S. Paulo


Responsável pelo antidoping nos Jogos do Rio, brasileiro é excluído da Wada

Adriana Franciosi/Agência RBS
PORTO ALEGRE, RS, BRASIL, 09-10-2009: Futebol: o médico gaúcho Eduardo de Rose, autoridade em doping e médico do Comitê Olímpico Brasileiro, posa para foto durante evento em Porto Alegre (RS). (Foto: Adriana Franciosi/Agência RBS) *** DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM ***
O médico Eduardo de Rose, em evento em Porto Alegre em 2009

Tido como uma das principais autoridades antidoping do país, Eduardo de Rose foi tirado de dois cargos de importância na Wada (Agência Mundial Antidoping).

Ele deixou os comitês de fundadores e executivo da entidade, cuja sede é em Montréal, no Canadá. O expurgo de De Rose foi definido na reunião do conselho de fundadores, no mês passado, em Glasgow, na Escócia.

Na mesma sessão, a Wada determinou que o Brasil está fora dos padrões de conformidade do Código Mundial Antidoping, o que acarretará no descredenciamento da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) e do LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), que fica no Rio e processou os exames antidoping colhidos nos Jogos Olímpicos de 2016.

De Rose ocupava cargos dentro da Wada desde a criação da agência mundial, em 1999. O brasileiro também é chefe médico da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), responsável pelos Jogos Pan-Americanos.

A destituição dele dos cargos na Wada ocorre na sequência de críticas pesadas de um relatório produzido por observadores independentes da agência sobre o procedimento contra substâncias ilícitas nos Jogos Olímpicos do Rio.

De Rose era o gerente-geral do departamento antidoping do Comitê Organizador Rio-2016. O relatório apontou "falhas sérias" no controle antidoping na Olimpíada.

Segundo o documento, diversos atletas escolhidos para fazerem os exames "simplesmente não puderam ser encontrados", e "mais de 50% dos testes foram abortados".

Nomeado "Relatório de Observadores Independentes", o documento de 55 páginas da Wada apresenta mais números alarmantes, como aproximadamente cem amostras que não foram relacionadas a algum atleta devido a erros no preenchimento de dados; pouco ou nenhum exame de sangue durante as competições de esportes de alto risco, "incluindo levantamento de peso"; nenhum teste fora de competição no futebol, o que é classificado pela Wada como "surpreendente"; e uma amostra que desapareceu e foi localizada apenas duas semanas após os Jogos.

Segundo avaliação da Wada, houve falta de coordenação na equipe encarregada de dirigir o departamento antidoping da Rio-2016.


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