Folha de S. Paulo


Tripulantes são únicos sobreviventes fora de risco de acidente na Colômbia

Entre os seis sobreviventes da queda do avião da Chapecoense, somente os dois tripulantes bolivianos -a comissária Ximena Suárez e o técnico aeronáutico Erwin Tumiri- não correm risco de morrer.

Os outro quatro -os jogadores Alan Ruschel, Jackson Follmann e Neto e o jornalista Rafael Henzel- continuavam nesta quarta (30) em estado crítico, porém estável. Todos estão sedados e na UTI.

Erwin e Ximena estão em "condições muito boas", segundo a diretora médica da clínica Somer (em Rionegro, cidade vizinha a Medellín), onde ambos estão internados. Os bolivianos são os únicos que não estão na UTI.

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Alan sofreu uma cirurgia na coluna vertebral -que, no momento, não compromete sua mobilidade, informou o hospital.

O zagueiro Neto e o jornalista Rafael Henzel estão sedados e entubados desde que foram internados, segundo Luiz Fernando Rodríguez, diretor médico da Clínica San Juan de Dios, na cidade de La Ceja, a cerca de 30 km do local do acidente.

O que mais preocupa nos dois pacientes, informou Rodríguez, é a extensão do trauma torácico, mais grave em Neto que em Rafael. A meta crucial é que eles recuperem a função pulmonar.

Os pacientes, disse o diretor médico, não têm problemas neurológicos graves nem lesões sérias nos membros, e só estão sedados para que sejam mantidos "numa condição de tranquilidade" necessária à recuperação.

O goleiro Follmann teve a perna direita amputada, "pela gravidade das lesões", informou Ferney Rodríguez, diretor médico do hospital San Vicente Fundación, também em Rionegro. "O controle da perna esquerda, como do paciente em geral, continua em evolução e estamos atentos na fase de estabilização", diz, em nota.

Não há ainda elementos suficientes para saber o que pode ter ajudado os tripulantes na queda. Veículos colombianos e brasileiros publicaram que Erwin declarou ter sobrevivido porque seguiu à risca o protocolo de segurança (pôs uma mala entre as pernas e ficou em posição fetal). Não apareceu até o momento um áudio da entrevista. O hospital em que ele está internado diz que no local ele não falou com a imprensa, e uma jornalista da rádio Caracol em Medellín (à qual veículos atribuíram a informação) disse que a emissora não o entrevistou.

O vice-presidente jurídico da Chapecoense, Luiz Antonio Palaoro, disse nesta quarta que os sobreviventes brasileiros ficarão ao menos dez dias internados nos hospitais da região de Medellín.

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TRÊS HOSPITAIS

Os sobreviventes foram espalhados por três hospitais por causa da avaliação sobre a gravidade no momento do resgate. Todos são particulares. A Clínica San Juan de Dios, em La Ceja, é a mais perto do local do acidente. É uma instituição mantida por uma congregação católica espanhola, a Hermanas Hospitalarias. É o menor e mais simples dos três hospitais, mas muito limpo e à primeira vista organizado e bem equipado.

Mais sofisticado e bem equipado dos três, o San Vicente Fundación é mantido por uma fundação, tem arquitetura futurista e aspecto de hotel de luxo, como os hospitais brasileiros que recebem pacientes ricos.

IDENTIFICADOS

Cinquenta e nove corpos das vítimas do acidente foram identificados por técnicos da Polícia Federal e do Itamaraty na Colômbia até o fim da noite desta quarta (30), no horário de Brasília.

A expectativa das autoridades brasileiras e colombianas era terminar ainda na quarta a identificação de todos os 71 mortos, mas os trabalhos só devem ser concluídos nesta quinta (1º). Os corpos estão sendo liberados para preparo e embalsamamento após o reconhecimento.

A FAB tem três aviões preparados em Manaus para buscar os corpos, que serão transportados diretamente de Medellín para Chapecó.

Os primeiros corpos das vítimas devem chegar ao Brasil ainda nesta quinta-feira.

Acidente em voo da Chapecoense


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