A Argentina se aferra ao ano redentor de Juan Martín del Potro, 28, seu principal tenista na última década, para pôr fim à sina de nunca ter vencido a Copa Davis.
Os sul-americanos foram quatro vezes à final da mais prestigiosa competição entre países do tênis, mas sempre sucumbiram: em 1981, perderam para os Estados Unidos, em 2006 para a Rússia e, em 2008 e 2011, para a Espanha.
A partir das 10h55 desta sexta-feira (25, com SporTV 3), em Zagreb, eles tentam enterrar o estigma de eternos vice-campeões contra a Croácia, que tem em sua galeria uma taça do torneio conquistada em 2005.
Atuando em território inimigo, a Argentina tem em Del Potro e no retrospecto trunfos para findar a seca.
Em três confrontos diretos com os europeus pela Davis, nunca saiu derrotada.
Bateu os rivais em 2002 e 2012 em Buenos Aires e em 2006, na própria Croácia.
Del Potro (38º do mundo) estava presente ao último embate, há quatro anos. Na ocasião, bateu Ivo Karlovic (20º) e Marin Cilic (6º) sem ceder sets. Ele vai revê-los agora.
Na carreira, ele triunfou em quatro dos cinco jogos que fez contra Karlovic e oito dos dez contra Cilic. Não à toa ele adotou um discurso confiante na véspera do duelo.
"É um momento muito especial para nós e estamos muito otimistas", afirmou Del Potro nesta quinta (24).
Ele e Karlovic fazem a segunda partida desta sexta na Arena Zagreb, que terá piso rápido. Na abertura, Cilic pega Federico Delbonis (41º).
No sábado (26), será realizada a partida de duplas e, no domingo (27), as duas partidas de simples restantes (leia mais ao lado).
"Faremos nosso melhor. Temos o desejo de ir bem e representar bem nosso país", disse o capitão do time sul-americano, Daniel Orsanic.
Para chegar à decisão, a Argentina derrotou, na sequência, Polônia, Itália e a então campeã Grã-Bretanha –neste confronto, Del Potro calou a torcida adversária ao vencer o hoje líder do ranking mundial, Andy Murray.
ASCENSÃO
À parte os resultados vantajosos, a boa fase de Del Potro embala os argentinos.
Embora atualmente seja somente o 38º do mundo, o tenista já integrou o top 4 e conquistou um título de Grand Slam, o Aberto dos Estados Unidos em 2009.
Mas Delpo, como é conhecido no circuito, sempre viveu em meio a graves lesões em seus punhos, que o fizeram despencar no ranking.
Quando entrou para disputar seu primeiro torneio nesta temporada de 2016, por exemplo, ele estava na posição 1.042 da listagem.
Sua escalada de 1.038 colocações se deu com a conquista de um título da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), em Estocolmo, quartas de final no Aberto dos EUA e outras semifinais.
A conquista mais valiosa foi a medalha de prata nos Jogos Olímpicos do Rio, em agosto. Entretanto, ela não valeu pontos no ranking.
Delpo espera consolidar sua ascensão com um troféu inédito. "É um sonho para mim e meus parceiros. Estamos ansiosos por essa final. Sabemos o quanto [vencer a Davis] é importante para nosso país e para nós", disse.
EQUILÍBRIO
A promessa da decisão é de equilíbrio, com tendência de vantagem croata. No primeiro jogo do dia, Marin Cilic é favorito contra Federico Delbonis.
Na segunda partida, a expectativa muda, e Delpo tem vantagem contra o veterano Ivo Karlovic, 37.
No sábado (26), a Croácia deve escalar Ivan Dodig e Franko Skugor, favoritos contra Leonardo Mayer e Guido Pella –trocas podem ser feitas antes do início do jogo, às 12h.
Dodig está entre os melhores duplistas do mundo e fazia parceria com o brasileiro Marcelo Melo.
No domingo (27), às 11h, a primeira partida deve opor Del Potro e Cilic. "Não importam os resultados de antes porque as condições são outras", disse Delpo. Na sequência, Karlovic duela com Delbonis.