Folha de S. Paulo


Palmeiras tem como arma mais efetiva as jogadas de bola aérea pelos lados

Rubens Cavallari/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL. 06-11-2016. 17h15min54s. Palmeiras e Internacional pela 34ª rodada da serie A do Campeonato Brasileiro 2016 no Allianz Parque. Thiago Santos (foto: Rubens Cavallari/Folhapress, VENCER, **** EDICAO NORMAL****). ***EXCLUSIVO AGORA***EMBARGADA PARA VEICULOS ON LINE***UOL E FOLHA.COM E FOLHAPRESS CONSULTAR FOTOGRAFIA DO AGORA SÃO PAULO***f: 3224-2169, 3224-3342. *filename:F76U7853.JPG* (TRAX NUMBER: 10066853A) ORG XMIT: F76U7853.JPG
Thiago Santos cabeceia bola em confronto diante do Internacional, no Allianz Parque

Se o Atlético-MG não quiser sofrer gols contra o Palmeiras nesta quinta (17), em Belo Horizonte, às 21h, pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro, precisará se preocupar principalmente com os cruzamentos em sua área.

Líder com o melhor ataque da competição, com 57 gols, a equipe alviverde é a que mais marcou em jogadas desta maneira em comparação com os outros três melhores times do torneio.

Um levantamento feito pela Folha revela que 50,87% dos gols palmeirenses se originaram da bola parada alçada na área adversária ou de cruzamentos.

Em 18 oportunidades a rede balançou após laterais, faltas ou escanteios. Em outras 11 o gol saiu de cruzamentos após uma jogada trabalhada.

ORIGEM DOS GOLS DOS ASPIRANTES AO TÍTULO

A força do time na bola aérea é tão evidente que até mesmo uma cobrança de lateral, que por vezes é despretensiosa, se tornou uma arma poderosa.

"Nunca fiz e nunca imaginei fazer [cobrança de lateral]. Foi pura ideia do Cuca através de um jogo contra o São Paulo. Estávamos perdendo, no desespero. Eu mandei todos os jogadores irem para a área e falei 'vou bater lá e ver o que acontece". No dia seguinte o Cuca me chamou e falou para treinar nesse sentido", contou Moisés, batedor oficial de laterais do Palmeiras, à Folha.

Origem dos gols do Palmeiras

A jogada rendeu cinco gols, inclusive no empate em 1 a 1 com o Flamengo, jogo visto por muitos como uma "final antecipada", e inúmeras chances de perigo.

O confronto diante dos são-paulinos aconteceu ainda no primeiro turno, mas foi no segundo que a equipe provou a sua capacidade pelo alto.

Nas 15 rodadas disputadas nessa fase derradeira, foram 13 gols provenientes de jogadas com bolas lançadas na área, o que equivale a uma média de 0,86 gol por jogo.

Para efeito de comparação, os atleticanos fizeram somente 14 gols da mesma forma durante todo o Brasileiro - dois de bola parada e 12 depois de um cruzamento. O Flamengo marcou 22 vezes.

GOLS POR TIME

"No começo [do campeonato] nós tínhamos um meio de campo com Moisés, Tchê Tchê e Cleiton Xavier. Os três tinham a chegada de Guedes, Dudu e Jesus. Era natural que tivesse uma saída de bola melhor. Eles sabem jogar na frente. Com o passar do tempo o adversário vai te entendendo, vão tirando proveito dessas situações", explicou o técnico palmeirense Cuca.

Xavier sofreu com lesões e com a falta de ritmo durante a temporada, o que obrigou o treinador a realizar algumas mudanças na forma de jogar.

"São situações que durante o campeonato nós tentamos encorpar outro time, outra situação. São diversos fatores que fazem que você tenha uma queda de produção. E é nítido que nós tivemos uma queda", completou.
Com o jogo mais pragmático, o Palmeiras tem um aproveitamento de 75,5% no turno decisivo, o melhor do Campeonato Brasileiro.

Diferentemente do Palmeiras, o Atlético-MG aposta principalmente nas infiltrações após trocas de passes para chegar ao gol.

A equipe comandada por Marcelo Oliveira é a que mais balançou as redes com infiltrações pelo meio e pelos lados do campo -21. Quando dirigiu o Palmeiras em 2015, o treinador era criticado pelo excesso de chutões que seu time dava ao longo dos jogos.

Thomas Santos/Agif/Folhapress
Fred comemora gol na partida entre Atlético-MG X América-MG, nesta quinta-feira (13) no estádio do Mineirão em Belo Horizonte, válida pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro 2016.
Jogadores do Atlético-MG comemoram gol sobre o América-MG

A equipe mineira é seguida pelo vice-líder Santos, que também tem como marca registrada o toque de bola e a individualidade de seus jogadores. Dos 53 gols marcados no Nacional, 19 saíram de infiltrações tanto pelo meio quanto pelas laterais. O clube também é o que mais marcou com chutes de fora da área: foram oito no total.

"Foi um conceito que começamos a trabalhar em cima desde a nossa chegada. Eles começaram a perceber essa diferença e hoje aplicam dentro de campo", afirmou o técnico santista Dorival Júnior, na equipe desde 2015.

Divulgação/Flamengo
Flamengo vence o Fluminense por 2 a 1
Jogadores do Flamengo comemoram vitória contra o Fluminense por 2 a 1

Segundo Leonardo Porto, analista de desempenho do Santos, o time do ano passado não tinha números satisfatórios. Logo na pré-temporada foi passado aos atletas um "estilo de jogo", com o toque de bola sendo o a principal chave.

Todos assimilaram bem a proposta, e na atual edição do Brasileiro o clube tem os dois melhores passadores de bola. De acordo com o site Footstas, Victor Ferraz e Renato tem os melhores desempenhos no quesito. O primeiro deu 1.635 passes certos contra 1606 do segundo.

"Nós percebemos que com o passar do tempo eles começaram a querer saber se essa superioridade surtia efeito. Tínhamos 75% de aproveitamento nos passes e hoje temos 85%", completou Porto.

O Santos recebe o Vitória, nesta quinta, na Vila Belmiro às 19h30.

Guilherme Dionizio/Photo Press/Folhapress
O atacante Ricardo Oliveira comemora o 1º gol do Santos sobre o Atlético-PR, na Vila Belmiro (SP), pelo Brasileiro, neste sábado
Ricardo Oliveira comemora gol sobre o Atlético-PR

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