Folha de S. Paulo


Na vaga de Massa, filho de bilionário será o mais jovem do grid em 2017

David Davies/PA via Associated Press
Williams driver for 2017 Lance Stroll sits on a car during the 2017 Formula One driver line-up at Williams headquarters in Grove, southern England, Thursday, Nov. 3, 2016. Canadian teenager Lance Stroll is set to be the youngest driver in Formula One next season after being confirmed in the Williams lineup. (David Davies/PA via AP) ORG XMIT: LON809
Lance Stroll, novo piloto da Williams, posa com carro da escuderia na sede da equipe, na Inglaterra

O canadense Lance Stroll foi apresentado como piloto da Williams para 2017 no lugar de Felipe Massa dias após completar 18 anos. O negócio já estava fechado antes, mas o anúncio teve de esperar até o novo adolescente da F-1 chegar à maioridade, afinal, o principal anunciante da equipe inglesa é uma marca de bebidas.

Lance ainda terá de lutar para ser o Stroll mais famoso da família. O título hoje pertence a seu pai, Lawrence, que ocupa a 722ª posição no ranking da revista "Forbes" das pessoas mais ricas do mundo, com fortuna estimada em US$ 2,4 bilhões. Lawrence poderia ter comprado a escuderia inteira, mas se contentou apenas com um assento para o filho, ao lado do finlandês Valtteri Bottas.

"Eu vim pelo dinheiro, não vou negar isso. Mas acredito que mereço uma chance na F-1 porque eu ganhei cada campeonato que disputei", disse o jovem Stroll.

Uma volta 360º na pista de Interlagos

O que Lance não explicou com detalhes foi que papai Stroll também deu toda a estrutura para que ele ganhasse seus campeonatos na base. Na F-3 Europeia, Lawrence comprou a equipe, adquiriu até um simulador, e o piloto não teve dificuldades para levantar o troféu com 14 vitórias em 30 provas.

Aporte financeiro, "paitrocínio", compra de vaga em escuderia. Nada disso é novo na F-1. Diz a história que o tricampeão Niki Lauda, de família abastada, chegou com uma mala de dinheiro à equipe BRM para garantir uma vaga na escuderia em 1973.

O piloto austríaco se destacou, elevou o patamar da escuderia naquela temporada e despertou o interesse da Ferrari. No time italiano, Lauda conquistou seus dois primeiros títulos, em 1975 e 1977.

Aliás, a Ferrari sempre foi uma obsessão de Stroll, o papai. Ele é dono de uma das maiores coleções vintage dos carros da fábrica de Maranello, com modelos raros como a Ferrari 250 GTO, produzida entre 1962 e 1964 e com apenas 39 unidades finalizadas -o carro valeria hoje algumas dezenas de milhões de dólares, caso alguém queira vendê-lo.

Lawrence colocou o filho na escola para pilotos da Ferrari aos 11 anos, o mais jovem aluno. No entanto, comprar uma vaga na equipe vermelha é mais complicado. A Williams pareceu uma "oportunidade" mais à mão.

Ao ser questionado se o jovem piloto representará algum perigo para o rápido Bottas, Felipe Massa foi enfático: "Nenhum". Para o brasileiro, Lance terá de mostrar que tem talento. O dinheiro só acelera até certo ponto.


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