Folha de S. Paulo


Intocável, Tchê Tchê vira trunfo alviverde na reta final por taça

Cesar Greco/Ag. Palmeiras
O volante Tchê Tchê se prepara durante treino do Palmeiras na Academia de futebol
O volante Tchê Tchê se prepara durante treino do Palmeiras na Academia de futebol

Em um meio de campo que conta com Cleiton Xavier, Arouca, Gabriel, Moisés, Jean e Thiago Santos, Danilo Neves chegou ao Palmeiras em maio, após o Campeonato Paulista, sem a empolgação de uma grande contratação.

Seis meses se passaram, e com o apelido que ganhou ainda nas categorias de base, Tchê Tchê, 24, tornou-se intocável em uma equipe que passou por inúmeras mudanças ao longo do Brasileiro, que é líder (com 67 pontos).

Em 33 partidas do Nacional, o jogador atuou em 32 –ficou fora contra o Botafogo, na 17ª rodada– e ganhou a confiança da torcida palmeirense, que se acostumou com a sua força de marcação e personalidade em campo.

"O Tchê Tchê sempre foi versátil. Lembro que no primeiro jogo dele no profissional, pelo Pão de Açúcar, eu o coloquei como um ponta e ele foi muito bem. Voltava para marcar e aparecia para atacar", lembrou Serginho, primeiro treinador do jogador no profissional.

O volante chegou ao clube empresa em janeiro de 2007, quase três anos após a equipe ser filiada à Federação Paulista de Futebol.

Tchê Tchê passou a integrar a categoria sub-15 do Pão de Açúcar após ser aprovado na Supercopa Compre Bem, um torneio de supermercado, que teve a participação de mais de 15 mil adolescentes.

"No começo ele era muito retraído e ficou assustado com a estrutura do time, que era muito boa perto do que os garotos já tinham vivenciado. O que caracterizava Tchê Tchê era a humildade. Ele sempre foi muito humilde", afirmou Serginho.

No ano passado, o volante se transferiu para a Ponte Preta e, na sequência, para o Boa Esporte, mas foi pouco aproveitado nos dois clubes.

Após as tentativas frustradas de se consolidar em equipes maiores, retornou ao clube que o revelou a pedido do treinador Fernando Diniz. O time, porém, havia mudado o nome para Osasco Audax.

A aposta do técnico, que levou o time ao vice-campeonato paulista deste ano com um futebol ofensivo, foi certeira: Tchê Tchê levou o prêmio de revelação do Estadual.

Em abril, o jogador revelou à Folha que Diniz era considerado um "paizão" para ele.

No Palmeiras, ele ganhou em Cuca um novo treinador, por quem também desenvolveu grande carinho.

Daniel Vorley/Agif/Folhapress
Cuca durante coletiva no CT do Palmeiras, na zona oeste de SP, para o duelo contra o Inter, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro
Cuca durante coletiva no CT do Palmeiras, antes do duelo contra o Inter, pela 34ª rodada do Brasileiro

"Antes de chegar aqui, Cuca me ligou duas vezes. É um privilégio jogar com ele agora. Ele me dá muita liberdade, temos conversas boas, ele me pergunta se eu estou me sentindo bem. Cuca é uma pessoa extraordinária e me dá respaldo", disse Tchê Tchê numa das primeiras entrevistas com a camisa alviverde.

Neste domingo (6), diante do Internacional, em casa, o jogador fará o seu 35º jogo pelo Palmeiras, mas não terá ao seu lado o seu principal companheiro, o meia Moisés.

A equipe alviverde tentará ao menos manter os cinco pontos de vantagem em relação ao vice-líder, Flamengo.

Ambos formaram dupla em 30 oportunidades no Nacional e se tornaram amigos até mesmo fora de campo.

"É uma pessoa por quem peguei um carinho grande e uma amizade boa, tanto dentro de campo quanto fora. Tem visão e passe longo. Fará falta, mas quem entrar dará conta", destacou Tchê Tchê em entrevista na quarta (2).

O técnico Cuca não revelou quem substituirá Moisés, mas a tendência é de que Cleiton Xavier ganhe mais uma oportunidade no time titular.

Caso opte por uma equipe defensiva, a opção será Thiago Santos. A formação é pouco provável já que o adversário briga contra o descenso.


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