Folha de S. Paulo


Principal rivalidade paulista deve acabar ofuscada em rodada

Eduardo Knapp/Folhapress
Deola, Goleiro do Palmeiras, retira garrafa de agua de sua area que foi arremessada pelos proprios torcedores do Palmeiras durante jogo contra o Fluminense na Arena de Barueri
Deola retira garrafa de água arremessada por torcedores do Palmeiras durante jogo contra o Fluminense

A rivalidade entre corintianos e palmeirenses deve ficar de lado pelo menos por parte da equipe alviverde neste domingo (23), quando será realizada a 32ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Isso porque o Corinthians encara o Flamengo, vice-líder e principal rival do Palmeiras na briga pelo título.

Caso o time carioca perca o jogo, o Palmeiras pode abrir sete pontos de vantagem se vencer o Sport. Hoje, o clube paulista tem 64 pontos, contra 60 da equipe rubro-negra.

Essa não será a primeira vez que um se vê obrigado a torcer pelo outro.

Nas duas ocasiões anteriores, foram os corintianos que fizeram o "sacrifício" de desejar a vitória do rival.

Para chegar à final do Campeonato Paulista de 1988, o Corinthians precisava vencer o Santos e contar com ao menos um empate do Palmeiras sobre o São Paulo.

O time alvinegro fez sua parte e teve a ajuda do rival, que venceu com gol de Gerson Caçapa aos 42 minutos do segundo tempo.

Os corintianos souberam do resultado pelo alto-falante do Pacaembu. A reação foi inédita: alvinegros gritaram o nome do Palmeiras.

Vinte e dois anos depois, o roteiro se repetiu, mas com um final diferente. No Campeonato Brasileiro de 2010, Corinthians e Fluminense disputavam o título ponto a ponto. Os cariocas chegaram à penúltima rodada com um ponto a mais na classificação.

Sem pretensões no torneio e com as atenções voltadas para a semifinal da Copa Sul-Americana, o Palmeiras enfrentou o Fluminense com um time misto. O clube alviverde saiu na frente, mas perdeu de virada para a festa de sua própria torcida.

Na época, Deola, que fez pelo menos cinco defesas difíceis na etapa final, foi um dos mais xingados pelos torcedores da equipe.

"Na época fiquei chateado, claro, mas hoje fico até feliz por saber que desempenhei bem meu trabalho", afirmou o goleiro à Folha.

Com o resultado, o Fluminense continuou na liderança e faturou o título do torneio na rodada seguinte.

Diferentemente de 2010, quando o Palmeiras não tinha pretensões, o Brasileiro agora é o único caminho corintiano para chegar à Libertadores. Hoje, a equipe comandada por Oswaldo de Oliveira está em sétimo lugar, a um ponto do Atlético-PR, o sexto.


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