Folha de S. Paulo


Ineficiência do setor ofensivo explica má campanha São Paulo no Brasileiro

Daniel Vorley - 27.jul.2016/AGIF
Chavez durante treino do São Paulo
Chavez durante treino do São Paulo

Não é o sistema defensivo e nem os gols tomados no segundo tempo os únicos motivos da má campanha do São Paulo no Brasileiro. Pelos números, é fácil analisar que a maior dificuldade do clube está no setor ofensivo.

Com 27 gols marcados até o momento –mesma quantidade de Figueirense e Internacional, que brigam contra o rebaixamento, e Atlético-PR, mais acima na tabela–, o time tem o segundo pior ataque da competição. A equipe de Ricardo Gomes supera no quesito apenas o lanterna América-MG, com 19 gols.

É o segundo menor número de gols marcados pelo São Paulo até a 27ª rodada no Brasileiro desde 2006, quando o torneio passou a ser disputado nos pontos corridos por 20 clubes. Há três anos, o time tricolor havia feito 26 gols.

Na oportunidade, ocupava a 16ª colocação, uma acima da zona de rebaixamento, com 33 pontos. Atualmente, é o 12º colocado com 34 pontos –quatro a mais do que o Cruzeiro, primeiro da degola.

Já o sistema defensivo são-paulino mantém a média dos últimos anos. Em 2013, o clube havia sofrido 29 gols até este momento da competição. Neste ano, foram 28. Na 27ª rodada de 2008, quando conquistou pela última vez o título nacional, o São Paulo havia sofrido 26 gols.

"Apesar da derrota para o Vitória, nossa defesa está muito bem e possui jogadores de qualidade. A nossa deficiência está no setor ofensivo. Perdemos muitos jogadores da posição e a recomposição foi difícil", analisou o diretor executivo de futebol do clube, Marco Aurélio Cunha, que está no cargo há menos de 20 dias.

Ele cita as saídas de Kieza, Calleri, Alan Kardec, Rogério e Centurion, que foram negociados, além do meia Paulo Henrique Ganso, principal articulador de jogadas do time.

Um dos reforços contratados para o setor ofensivo, o atacante Ytalo é outro ausente no momento. Ele se recupera de uma cirurgia no joelho direito e só retornará aos gramados em 2017.

O dirigente descarta também que o time esteja abalado psicologicamente. Dos oito gols sofridos pelo clube no returno, todos foram na etapa complementar.

O estádio do Morumbi, um dos trunfos na caminhada até a semifinal da Libertadores, também deixou de ser um aliado no Brasileiro. A equipe tem apenas a 15ª campanha como mandante. Foram seis vitórias, três empates e quatro derrotas.

No torneio continental, o São Paulo venceu em seu estádio o Trujullanos, o River Plate, o Toluca e o Atlético-MG. A única derrota foi para o Atlético Nacional na semifinal da competição.

"Os jogadores estão tristes em virtude dos resultados, mas não abalados. Estamos em uma situação incômoda, mas temos elenco e condições de sair desta situação", afirmou Marco Aurélio, que pediu o apoio da torcida.


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