Folha de S. Paulo


Seleções campeãs mundiais trocam técnicos a 2 anos da Copa

Com projeto alterado em meio ao caminho para a Copa de 2018, com a troca de Dunga por Tite, a seleção brasileira não é uma exceção. Dos oito campeões mundiais, cinco mudaram seus planejamentos a dois anos da principal competição de futebol.

São os casos de Itália, Espanha e Inglaterra, que iniciam a disputa das eliminatórias europeias da Copa da Rússia com novos técnicos.

Líder na América do Sul, a Argentina é outra campeã que mudou. Tata Martino não resistiu à derrota para o Chile na final da Copa América e deu lugar a Edgardo Bauza.

Entre europeus, as trocas chamam atenção por serem raras. Na Copa de 2014, a média de permanência dos técnicos nas campeãs mundiais era de mais de quatro anos.

O atual campeão do mundo, Joachim Löw, é o recordista de estabilidade. Comanda a Alemanha desde 2006. O vencedor da Copa de 2010, Vicente Del Bosque, era quem mais se aproximava. Estava desde 2008, mas deixou a seleção da Espanha em julho.

Para o seu lugar, a Espanha fez uma aposta em Julen Lopetegui, 50, com passagens pelo Rayo Vallecano e Porto. Ele terá a tarefa de fazer a mudança de geração do time e manter a competitividade.

Pesou sua passagem pela base da seleção, onde ganhou europeus sub-19 e sub-21, e a diferença de perfil em relação a Del Bosque, visto como técnico da velha guarda, querido pelos jogadores, mas pouco afeito a inovações.

"Em nenhum caso viemos fazer uma revolução e, sim, uma evolução", definiu o técnico, que estreia nas eliminatórias nesta segunda (5), as 15h45, contra Liechtenstein.

A Itália, após perder Antonio Conte para o Chelsea, apostou em sucessor com histórico modesto. Giampiero Ventura tem no currículo um título da terceira divisão da Itália. Aos 68 anos, treinou mais de duas dezenas de clubes, mas nenhum grande.

Técnicos das seleções

Num país onde não há vergonha pela vitória sem encantar, ganhou o apelido de "Mister Libidine" (Senhor Luxúria), após dizer que treinava equipes pensando mais no espetáculo que resultados.

Antes de estrear pelas eliminatórias, nesta segunda, contra Israel, Ventura viu seu time ser derrotado pela França, por 3 a 1, em amistoso e foi criticado pela imprensa italiana por não conseguir manter uma das características da equipe de Conte na Euro : a estabilidade da defesa.

Solução parecida tomou a Inglaterra. Após o fracasso na Euro-2016, quando foi eliminada pela Islândia, apostou num treinador sem títulos na primeira divisão, mas querido pelas torcidas dos times.

Sam Allardyce, ex-West Ham e Sunderland, ganhou fama por garantir acessos e evitar descensos.

Agora tentará, a partir desde domingo, contra a Eslováquia, o que seus antecessores não conseguiram: transformar uma das melhores gerações da Inglaterra em time competitivo.


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