Folha de S. Paulo


Polícia libera cinco dos nove presos na máfia de resultados

A Polícia Civil já liberou cinco dos nove presos por supostamente terem participado de esquema de manipulação de resultados de partidas de futebol, principalmente nas Séries A2 e A3 do Campeonato Paulista, e divisões inferiores do Norte e do Nordeste.

A operação, denominada Game Over, foi realizada na última quarta-feira (6) e aconteceu nas cidades de São José do Rio Preto, Bauru, Sorocaba e São Paulo, além de cidades do Estado do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte e do Ceará.

Após serem ouvidos pelo delegado Mário Sérgio Pinto, titular do caso, Francisco Jamison Gonçalves, Carlos Rabelo, Wanderley Carneiro Júnior, Wanderley Júnior e Rodrigo Bonfim estão liberados. Eles seguirão sendo investigados e questionados pela polícia até o momento em que for apresentada a denúncia.

Márcio Souza da Silva, Carlos Henrique Luna, Jefferson Viola e Marcos Ferrari, que se entregou na última sexta-feira, continuam presos.

Reprodução/Facebook
Márcio Souza continua preso
Márcio Souza continua preso

Apontado como chefe da máfia de resultados no Brasil, Anderson Silva Rodrigues e Tiago, outro aliciador, ainda não foram encontrados pela Polícia. Os dois têm residência no Rio de Janeiro.

Na última quinta-feira (7), o promotor do Ministério Público de São Paulo, Paulo Castilho, declarou que acredita em penas de mais de dez anos de prisão para os envolvidos no esquema de manipulação de resultados.

CASOS

Em março, a Folha revelou que ao menos cinco clubes foram procurados para que aceitassem placares pré-definidos em troca de dinheiro.

A reportagem ouviu relatos de jogadores do Grêmio Barueri e de cartolas do América de São José do Rio Preto, do EC São José, de São José dos Campos, e do Grêmio Catanduvense, de Catanduva. A Assisense, de Assis (quarta divisão), também recebeu oferta similar em 2015.

Os cinco clubes receberam ofertas para que suas equipes perdessem jogos, o que favoreceria apostadores ao redor do mundo. Todos, contudo, negam ter aceitado o suborno.

Jogadores do Barueri relataram que a equipe recebeu proposta para perder para o Rio Preto por 4 a 0, pela terceira divisão de São Paulo.

De acordo com os atletas do Barueri, a oferta foi levada ao elenco pelo empresário Jaci Martinho de Oliveira, ex-gestor do clube, e por outras duas pessoas. O jogo estava 3 a 0 até os 37 minutos do segundo tempo, quando o atacante Gustavo, filho de Jaci, cometeu pênalti que resultou no quarto gol do rival.

Procurado, Jaci não quis comentar a acusação. Matheus Soares dos Reis, sócio dele na época, diz que, de fato, houve a proposta, mas nega que os jogadores tenham aceitado.

Já Gilmar de Souza, gestor do São José, afirmou ter recebido ligação de um número não identificado às vésperas do jogo contra o Atibaia, em 17 de fevereiro.

O América de Rio Preto, da quarta divisão, recebeu uma proposta para perder para o Vocem de Assis, em julho de 2015. Neste caso, o resultado proposto ao time não foi revelado. O time foi derrotado por 4 a 1.

CERCO FECHADO - Polícia prendeu sete pessoas envolvidas no esquema


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