Folha de S. Paulo


Ministério Público pedirá banimento de torcedores detidos no Morumbi

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Imagens Amon Borges

O Ministério Público de São Paulo pedirá o banimento dos estádios por três anos dos dez torcedores detidos na briga ocorrida nos arredores estádio do Morumbi, após a derrota do São Paulo por 2 a 0 para o Atlético Nacional (COL), pela semifinal da Libertadores, nesta quarta (6).

"Os torcedores detidos terão que se apresentar ao local determinado pelo juiz no momento da partida. Caso não se apresentem será pedida a prisão preventiva", afirmou o promotor Paulo Castilho, à Folha.

Entre os torcedores detidos, há um adolescente. Todos foram liberados e já foi instaurado inquérito.

Castilho afirmou também que está trabalhando com o secretário de Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, para que futuramente os torcedores detidos sejam presos em flagrante, e não sejam liberados como ocorreu nesta quinta (7).

Outra proposta do promotor é que a Guarda Municipal amplie a fiscalização de ambulantes no entorno dos estádios, especialmente a venda de garrafas, uma das principais armas utilizadas pelos torcedores que entraram em confronto com a Polícia Militar após a partida.

CONFRONTO

Nesta quarta, uma confusão tomou conta do entorno do Morumbi após a derrota por 2 a 0 para o Atlético Nacional (COL), deixando ao menos 19 feridos. Segundo a Polícia Militar: 16 policiais e três torcedores.

São paulinos e policiais transformaram as ruas que contornam o estádio em uma praça de guerra. Pedras, garrafas e até rojões foram lançados nos policiais, que revidavam com bombas de efeito moral e balas de borracha.

Segundo a PM, a confusão começou com torcedores organizados que não estavam no estádio durante a partida. Ainda segundo a polícia, eles estavam identificados com camisetas da Independente, principal organizada do São Paulo.

"Torcedores que estavam na parte externa, da Independente, começaram a atacar os marreteiros [ambulantes] e jogaram garrafas nos torcedores comuns. Eles depois começaram a roubar os torcedores comuns", afirmou o tenente coronel Gonzaga, responsável pelo policiamento no estádio.

Apesar da declaração, nenhuma pessoa foi detida por roubo. Dez torcedores foram detidos e levados para o 89º DP do Jardim Taboão, onde foi registrado um boletim de ocorrência de lesão corporal, resistência, dano qualificado e por promover tumulto.

A Independente publicou uma nota em suas redes sociais, nesta quinta (7), para " esclarecer os fatos ocorridos no jogo". Segundo o grupo, a Polícia Militar errou desde a chegada dos torcedores ao estádio.

"Inicialmente, tivemos a festa impedida na chegada do ônibus. O combinado com a Polícia Militar, que era aproximar as grades não foi cumprido, em tom ameaçador e de confronto. Só queríamos estar ali levando nosso apoio ao time, atitude tradicional. Fomos repelidos de forma ostensiva. O clima ficou hostil desde esse momento."

A organizada afirma que não tem relação com os roubos, que atribui a quadrilhas especializadas.

"Do lado de fora, novamente, atos de confrontamento. Mas deixamos claro, não somos os responsáveis por tudo que acontece. Existem quadrilhas especializadas que aproveitam grandes eventos como o jogo de ontem para cometerem furtos de aparelhos de celular e carteiras".

Finalmente, a nota pede a punição dos responsáveis, sem generalização, e afirma que há uma tentativa de criminalizar a agremiação.

"Queremos punição de responsáveis, desde que identificados por seus atos, não generalizando a todos. Ocorre que parece que fazem de tudo, para colocar todos da Independente no patamar de criminosos".


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