Folha de S. Paulo


O que você deverá ver na seleção brasileira de Tite

Esquemas táticos

Contratado pela CBF após a demissão de Dunga, Tite empilhou vitórias e títulos no Corinthians. Mais do que isso. Ele conseguiu implementar mudanças na forma do time jogar.

Compactação, transição ofensiva rápida e triangulações. Palavras tão ouvidas pelo torcedor corintiano devem virar rotina agora também na seleção brasileira. O que o técnico fará na seleção, o tempo dirá.

Mas veja aqui alguns exemplos de como os times do treinador jogam e o que você poderá assistir na seleção brasileira

COMPACTAÇÃO

Tite não esconde o seu esquema tático preferido.

"Se assumisse uma seleção, o 4-1-4-1 seria a minha base. Ele dá a possibilidade de ser mais agressivo e criativo", afirmou em entrevista ao Esporte Interativo, no final de 2015.

Dunga tentou aderir ao esquema na Copa América Centenário, mas a seleção tinha espaços entre as linhas de defesa, do meio de campo e do ataque.

Ele não conseguiu compactar sua equipe, que é a aproximação vertical e horizontal dos jogadores, como no exemplo abaixo. Enquanto o São Paulo ataca, oito jogadores do Corinthians ocupam uma área estreita do campo e bloqueiam a passagem do rival.

TV Bandeirantes
Time de Tite joga compactado; equipe tem jogadores na marcação e outras na sobra
Time de Tite joga compactado; equipe tem jogadores na marcação e outras na sobra

TRANSIÇÃO OFENSIVA

O novo técnico da seleção cobra de seus times o que chama de "rápida transição ofensiva". É pressionar o rival no seu campo de defesa quando ele está com a bola, roubá-la e sair em velocidade com ela para o ataque.

Como no exemplo baixo, quando Vagner Love retorna para ajudar na marcação, puxa o contra-ataque com velocidade e faz o cruzamento para Malcom marcar contra o Atlético-MG, pelo Campeonato Brasileiro de 2015.

Fox
Vagner Love puxa o contra-ataque e cruza para Malcom marcar o gol contra o Atlético-MG
Vagner Love puxa o contra-ataque e cruza para Malcom marcar o gol contra o Atlético-MG

TRIANGULAÇÕES PELOS LADOS

Tite gosta que seus times saiam do campo de defesa pelas laterais do campo. Como no lance em que Fágner inicia a jogada, faz a triangulação com Danilo e Elias e recebe dentro da área para finalizar.

Com triangulações feitas pelos lados do campo, os laterais fazem a ultrapassagem para chegar à linha de fundo ou concluir ao gol.

Reprodução
Com a transição pelos lados do campo, Fágner apareceu dentro da área para marcar o gol
Com a transição pelos lados do campo, Fágner apareceu dentro da área para marcar o gol

INFILTRAÇÃO

Troca de posições, a tão repetida "mobilidade" é algo que o técnico exige em seus times. Ida de volantes para a área do rival, por exemplo.

Como fez Elias, contra o Figueirense no ano passado, quando saiu da faixa intermediária do campo e após uma troca de passes se infiltrou na área e marcou o gol.

Reprodução
Elias se infiltra na área para fazer o gol; Tite pede movimentação dos jogadores do meio de campo
Elias se infiltra na área para fazer o gol; Tite pede movimentação dos jogadores do meio de campo

OUTROS ESQUEMAS

Antes de se apaixonar pelo 4-1-4-1, Tite trabalhou com time com outros esquemas táticos. No Corinthians-2012, time que conquistou a Libertadores e o Mundial de Clubes, Tite usava a formação no 4-2-3-1. A compactação já era uma de suas armas assim como a transição veloz da defesa para o ataque.

Na conquista da Copa do Brasil-2001 pelo Grêmio, Tite usou o esquema 3-5-2 e surpreendeu o Corinthians, que era dirigido por Luxemburgo, ao vencer o segundo jogo da decisão por 3 a 1, no Morumbi.

O ex-lateral esquerdo Roger, hoje treinador do Grêmio, atuou como zagueiro e abria espaço para Rubens Cardoso jogar como um ala. Marcelinho Paraíba, que jogava aberto pelo lado esquerdo, tinha liberdade para se movimentar. Ele foi o autor de um dos gols.

Colaborou GUILHERME YOSHIDA


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