Folha de S. Paulo


Hotel da cidade de Muhammad Ali teve diária a R$ 3 mil em despedida

A rede hoteleira de Louisville, a maior cidade do Kentucky, lotou para o funeral de Muhammad Ali, nesta sexta-feira (10).

A suíte Muhammad Ali, decorada em tons dourados e negros e com lustre de cristal no luxuoso Brown Hotel, teve diária a US$ 900 (R$ 3 mil).

Antes da cerimônia fúnebre, num ginásio local, as ruas foram tomadas por uma procissão.

A dona de casa Greta Hartman, 45, desceu de um ônibus que exibia "Ali –O Maioral" no letreiro, caminhou pelo bulevar Muhammad Ali e parou para comprar de um ambulante, por US$ 20, uma camisa em que o boxeador tem asas de borboleta e ferrão de abelha (seu lema nos ringues era "flutuar como uma borboleta, picar como uma abelha").

"Vou falar uma coisa muito feia: eu tinha preconceito com muçulmanos, depois do 11 de setembro. Aí meu filho me deu um toque", ela diz, apontando para Jeffrey, 22, dente frontal de ouro e camisa branca aberta no peito.

"'Mãe, você adora o Ali. Está achando o quê, que Muhammad é um nome cristão?'", Hartman reproduz a "bronca". "Foi quando me toquei que eles, os muçulmanos, são os cidadãos de segunda classe de hoje, como nós [negros] já fomos um dia."


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