O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que devia assistir ao funeral do boxeador Muhammad Ali, decidiu encurtar sua estada em Louisville após ser ofendido pela recepção dos organizadores, informou a imprensa turca.
Erdogan não conseguiu fazer parte da lista de oradores da cerimônia que acontece nesta sexta-feira (10).
O presidente turco, acompanhado de seu genro, Berat Albayrak, que é ministro da Energia, compareceu na véspera ao velório e depois decidiu encurtar repentinamente sua visita, que deveria durar até a noite desta sexta.
Segundo o jornal Hurriyet Daily News, que cita fontes do gabinete do presidente, Erdogan sentiu-se particularmente ofendido por não ter podido colocar sobre o caixão do boxeador a Kiwsa, uma peça de tecido adornada com versos do Corão, que também recobre a Kaaba, a construção cúbica situada no centro da Grande Mesquita de Meca.
Muhammed Ali é venerado em todo o mundo islâmico por ter se convertido ao Islã em 1964 e por ter defendido os valores pacíficos e universais desta religião ao longo de sua vida.
FUNERAL
Uma procissão que começou às 10h (horário de Brasília) e que terá 30 km de percurso reunirá nas calçadas das ruas milhares de pessoas anônimas, provenientes de lugares tão distantes quanto África ou Ásia.
Elas verão a passagem de um carro fúnebre com o corpo de Ali, morto na sexta-feira passada, aos 74 anos. Na última quinta-feira, aconteceu uma oração muçulmana para o início do funeral.
O ex-presidente Bill Clinton será um dos oradores, assim como o comediante Billy Cristal.
A comitiva fúnebre se dirigirá posteriormente ao cemitério Cave Hill.
O enterro, na presença dos filhos de Ali, será feita em absoluta intimidade. O ator Will Smith e o ex-campeão mundial de boxe Lennox Lewis carregarão o caixão juntamente com outras seis pessoas.
Will Smith encarnou Muhammad Ali no filme de Michael Mann "Ali" (2001), um papel que lhe valeu uma indicação ao Oscar de melhor ator.