A briga entre as torcidas organizadas de Palmeiras e Flamengo no domingo (5), no estádio Mané Garrincha, em Brasília, pode render às equipes uma perda de até dez mandos de campo.
Nesta segunda, o procurador-geral do STJD (Superior Tribunal da Justiça Desportiva), Paulo Schmitt, afirmou que vai denunciar os clubes pelo incidente, que posteriormente será avaliado por uma das comissões do tribunal.
De acordo com a Polícia Militar, a briga começou quando alguns torcedores do Palmeiras, com rostos vedados por camisetas, deixaram seu local reservado na arquibancada e saíram correndo em direção a área onde estavam os flamenguistas.
Seguranças ainda tentaram conter o avanço do grupo, mas não conseguiram. Vinte e um torcedores do Palmeiras foram detidos após o confronto. Depois de serem ouvidos pela polícia, eles forma liberados até que as investigações sejam concluídas.
Até o fechamento desta edição, um torcedor era mantido hospitalizado, em estado grave.
Também de acordo com o procurador-geral, o estádio, que recebeu a Copa do Mundo, poderá ser interditado.
SOB RISCO
O Flamengo foi denunciado considerando um dos artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê punição para o clube que "deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização".
A assessoria do clube afirmou que o número de policiais era suficiente para a demanda de público (54.665 torcedores). Disse ainda que havia um isolamento formado por seguranças particulares e PMs entre as organizadas, mas foi impossível conter o ataque devido ao grande número de palmeirenses que invadiram a área destinada aos flamenguistas.
A reportagem não conseguiu falar com a empresa Dragon, contratada pelo Flamengo para realizar a logística e a segurança do evento.
Como o tumulto começou com a torcida do Palmeiras, o clube paulista também foi denunciado.
A direção do Palmeiras, contudo, lembrou que não mantém relações com as organizadas desde o início do mandato do presidente Paulo Nobre, em 2013.
O clube, disse Nobre, "continuará a fazer tudo o que for possível para auxiliar as autoridades a punir exemplarmente esses bandidos".
A reportagem ligou diversas vezes ao longo desta segunda (6) para a sede da torcida Mancha Alvi Verde, mas não conseguiu ouvir representantes da organizada.