Folha de S. Paulo


'Não é fácil jogar em alto nível depois de tantas brigas e lesões', diz Ganso

Uma das maiores revelações do futebol brasileiro em 2009, Ganso passou de promessa à camisa dez da seleção a um jogador que vivia de lampejos nas últimas temporadas. Depois de ganhar três títulos paulistas, uma Copa do Brasil e uma Libertadores pelo Santos, o meia teve uma queda de rendimento que tornou-se tema recorrente de debate nos últimos anos.

Nesta quinta (2), Ganso falou sobre o retorno à seleção depois de quatro anos e afirmou que foi difícil manter o alto nível em sua etapa final no Santos.

"Não é fácil jogarem alto nível depois de tantas brigas e lesões. Mas isso faz um tempo e a cabeça fica tranquila, mais focada para jogar futebol, e isso faz a diferença", disse o jogador convocado após o corte de Kaká

No Santos, o jogador passou por três cirurgias no joelho, desde que chegou à base do time, em 2005. As lesões e o status do jogador à época foram determinantes para sua saída do clube da Baixada. Em um longo imbróglio para renovar seu contrato, as partes se desentenderam e o jogador acabou indo para o São Paulo.

No clube tricolor, a renovação começa a entrar em pauta, já que o contrato do meia termina já no ano que vem, em setembro. Segundo ele, porém, isso não deve ser um problema.

"Acho que estamos nos aproximando, sim, de uma renovação", afirmou. "Publicaram que eu tinha proposta para sair e não encontravam meu empresário para falar. Ele estava em Curitiba conversando com o pessoal do São Paulo", esclareceu.

A renovação com o meia é uma das prioridades da diretoria neste ano. Ganso tornou-se um dos líderes da equipe e, como a convocação comprova, seu futebol tem se aproximado do que fez do meia ser uma das maiores promessas no Brasil nos últimos anos.

Entre os motivos para o retorno à seleção, Ganso atribui grande parcela ao trabalho de Edgardo Bauza, técnico do São Paulo.

"O Patón [apelido de Bauza], desde que chegou conversou muito comigo, me colocou em posição muito boa para eu render melhor dentro de campo", disse. "Acho que o principal tem sido jogar mais próximo do gol adversário, Estou sempre próximo e tenho feito mais gols"

Nesta temporada, Ganso fez 29 partidas, e é vice-artilheiro e líder em assistências do São Paulo. Foram sete gols, mais que o dobro do ano passado, e cinco passes para gol até o momento.

"O que mudou foi o São Paulo. A partir do momento em que você começa a disputar título, você começa a ser olhado de maneira diferente, e vai mostrando sua qualidade. Quando disputa títulos, o olhar é diferente".

"O que fiz comigo mesmo foi voltar a fazer gols, a ser o jogador que pode desequilibrar uma partida, que pode ajudar a equipe do São Paulo".

Com a convocação, porém, Ganso pode perder até seis jogos do São Paulo no Campeonato Brasileiro. Os adversários são Cruzeiro, Atlético-PR, Vitória, Flamengo, Sport e Santos.
"Vejo que o torcedor pensa que vou desfalcar, mas é por uma boa causa. Vou estar representando o São Paulo na seleção".

Animado, Ganso comentou o momento do time de Dunga e também projetou seu futuro com a camisa verde e amarela.

"Futebol é assim. Quando perde é pressionado, e quando ganha somos os melhores. A pressão vai existir e todo jogador de seleção tem que ter tranquilidade para saber disso e fazer seu melhor", afirmou.

"Espero que todos se destaquem, que nossa seleção possa voltar a jogar bonito. Título de Copa América é super importante. Espero que a gente possa trazer o torcedor de volta".

Para finalizar, Ganso falou sobre a possibilidade de disputar a Copa de 2018.

"Passada a Copa de 2014, o pensamento já é esse: Copa de 2018. Ainda demora bastante, mas uma convocação é sempre bem-vinda. O pensamento é esse".


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