Folha de S. Paulo


Cortes atrapalham os dois principais objetivos de Dunga na Copa América

Dunga tinha dois objetivos principais na Copa América do Centenário, que começa nesta semana nos Estados Unidos: testar e fazer finalmente funcionar, um ataque sem Neymar, e dar experiência a jovens atletas com menos de 23 anos que disputarão a Rio-2016, em agosto.

Lesões atrapalharam boa parte dos planos de Dunga. Já foram quatro cortes, dois titulares do setor ofensivo, Ricardo Oliveira e Douglas Costa, e dois com idade para a Olimpíada.

A CBF anunciou nesta terça (31) o corte de mais dois : o goleiro Ederson, do Benfica, e o meia-atacante Rafinha Alcântara, do Barcelona. Ambos foram da cota, de total de sete, sub-23 convocada.

Marcelo Grohe, goleiro do Grêmio, e Lucas Moura, do Paris Saint-Germain, foram chamados nessas vagas, mas ambos não têm idade para jogar a Rio-2016, a não ser entre os três veteranos que Dunga poderá relacionar — os dois, porém, não fazem parte dos planos.

Ederson e Rafinha teriam poucas chances em campo, a princípio, mas Dunga queria conviver com os atletas que vai comandar em agosto —e o goleiro e o meia devem ser titulares.

Como as convocações do time principal e da equipe olímpica coincidem em datas Fifas (quando os clubes são obrigados a liberar os atletas em período determinado no mês), Dunga, que acumula os cargos, não participa nem dos treinamentos do time sub-23, trabalho a cargo do auxiliar Rogério Micale.

"Queremos ver esses jogadores juntos, o que podem produzir. São atletas que em pouco tempo estarão na seleção principal", disse Dunga.

NA FRENTE

Neymar não foi convocado para a Copa América devido a acordo entre a CBF e o clube do jogador, o Barcelona, de só liberá-lo para um torneio neste meio de 2016. A confederação optou pela Rio-2016, na tentativa de levar um título inédito.

Sem Neymar, a comissão técnica previa que Douglas Costa, que fez ótima temporada no Bayern de Munique, assumisse a responsabilidade em campo.

Introvertido fora dos gramados, e há algum tempo atrás considerado imaturo, ele fez trabalho longo com ajuda de especialistas no Bayern, e amadureceu dentro e fora dos gramados. Era a esperança para suprir a ausência de Neymar, mas uma lesão muscular o impediu de seguir com a delegação nos EUA.

Ricardo Oliveira nem viajou. Ele ligou para a comissão técnica para contar que convive com dores, e Jonas foi chamado em seu lugar.

Dunga imaginava escalar a seleção com Ricardo Oliveira isolado na frente, e Willian, Elias, Renato Augusto e Douglas Costa fazendo uma linha de quatro.

Com a perda de Ricardo, Jonas virou esse jogador, e Phillipe Coutinho tem feito a função de Douglas — Kaká foi o convocado na vaga do atleta do Bayern, mas muito mais para suprir a falta de experiência do grupo.

Dunga teve cortados por lesões em todas as dez convocações que fez desde que reassumiu a seleção, em julho de 2014.

O quarto corte iguala o número de outubro de 2015, nas eliminatórias da Copa-2018, contra Chile e Venezuela, quando também perdeu quatro por machucados (Firmino, David Luiz, Marcelo Grohe e Philippe Coutinho).
Na Copa América de 2015, no Chile, Dunga teve três cortes por lesão: Danilo, Marcelo e Luis Gustavo.

Bem diferente da primeira passagem, entre 2006 e 2010, quando nas três principais competições que disputou só perdeu um, o atacante Fred para a Copa América de 2007, e durante o torneio (nem pode convocar um substituto).


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