Foi de sua própria mãe que o atacante paraguaio Ángel Romero recebeu a maior bronca após perder o gol que classificaria o Corinthians para as quartas de final da Libertadores, no duelo contra o Nacional (URU). Para dona Lucy, o lance aos 49 minutos da etapa final "era muito fácil" e seu filho não podia ter perdido.
"Aquele era para ser o gol mais importante da minha carreira", lamentou-se o jogador, em entrevista exclusiva ao jornal "Agora", editado pelo Grupo Folha.
O episódio tinha tudo para abater Romero, mas teve efeito contrário. Nesta semana, sua dedicação nos treinos foi tão intensa que Tite, enfim, resolveu colocá-lo como titular. No lugar de Lucca, ele vai começar o jogo deste domingo (15), contra o Grêmio, na estreia do Corinthians no Brasileiro deste ano.
O futuro de Romero no Corinthians começará a ser traçado nesta tarde. Ele espera se firmar de vez na equipe. Caso isso não aconteça, ele cogita deixar o clube.
Folha - Mesmo em alta este ano, você passou boa parte dos jogos na reserva. Isso provocou algum abatimento?
Romero - Não. Eu respeito muito o que Tite decide, mas todo jogador quer ser titular. Ainda mais nesse momento que estou passando agora, fazendo gols, que para um atacante é muito importante. Então, quero aproveitar que estou bem nas finalizações. Estou ajudando o time e a única maneira de aproveitar isso é jogando de titular.
Além da confiança de Tite, o que ajudou na sua evolução?
Acho que a adaptação. Já faz dois anos que estou no Brasil. Mais adaptado eu consigo fazer o meu melhor em cada jogo. E também agora eu estou jogando mais. Aí você tem a possibilidade de mostrar seu futebol.
Qual a maior dificuldade durante essa adaptação?
A sequência de jogos. Lá no Paraguai não tinha tantas partidas. Aqui é uma a cada três dias. Lá, é só nos finais de semana. Se o time está na Libertadores, aí joga no meio de semana. E tem muito time que não está na Libertadores, então fica uma média de 22 a 25 jogos por semestre. Este ano, a gente já fez 26 jogos em três meses.
Você pensa em sair caso continue como reserva?
Minha ideia é ficar, mas como titular. Desde que começou a pré-temporada, fiz de tudo para jogar como titular. Mas é normal, a gente tem competição no elenco. E, se tiver a possibilidade [de sair], tenho de falar com a minha família, meu empresário. Minha ideia é começar o Brasileiro e, daqui a dois ou três meses, ver o que acontece.
Quem te aconselha?
Meus irmãos [o meia Óscar, do argentino Racing, e Fernando]. Ter o apoio deles é muito importante. Sempre falo com eles, a gente tem um grupo no [aplicativo] Whatsapp. Conto o que está acontecendo aqui comigo, o Óscar fala do Racing. O apoio deles, da minha família e da minha namorada, que mora comigo, é sempre importante.
Na Libertadores, o Corinthians e o Racing caíram nas oitavas de final.
A família ficou muito triste. A gente ficou fora da Libertadores no mesmo dia e horário.
Sua família assistiu ao seu jogo ou ao dele?
Acho que ao dele, porque estava como titular. Minha mãe falou que, no segundo tempo [do jogo contra o Nacional], ela trocou de canal porque eu entrei. São coisas que acontecem no futebol.
O que sua mãe falou sobre aquela chance que você perdeu no último minuto contra o Nacional?
Que eu tinha que ter feito o gol. Ela me cobra muito e disse que estava fácil. Se eu fizesse, seria o gol mais importante da carreira. No Brasileiro, a próxima vai entrar.
O Corinthians está pronto para arrancar no Brasileiro?
Acho que sim. O time está forte. Doeram muito as eliminações no Paulista e na Libertadores, então a gente ficou mais forte para o Brasileiro.
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CORINTHIANS
Cássio; Fagner, Felipe, Balbuena e Uendel; B. Henrique, Elias, M. Gabriel, Rodriguinho e Romero; André T.: Tite
GRÊMIO
M. Grohe; Ramiro, P. Geromel, Fred e M. Oliveira; Walace, Maicon, Giuliano, Luan e M. Bolaños; Bobô (Douglas). T.: Roger
Estádio: Itaquerão/Árbitro: Wilton Sampaio/TV: 16h, Globo (para SP)