Folha de S. Paulo


Comitê de Ética do Corinthians vai ouvir acusados de desvio na base

Reprodução/Facebook
Manoel Ramos Evangelista, o Mané da Carne, e André Negão posam para foto; ao fundo, quadro mostra Andrés Sanchez
Mané da Carne e André Negão posam para foto; ao fundo, quadro mostra Andrés Sanchez

O Comitê de Ética do Corinthians marcou para o próximo dia 18 uma rodada de depoimentos dos acusados de participarem de um escândalo nas categorias de base.

Na semana passada, a Folha mostrou que uma denúncia de desvio de dinheiro em negociações de jogadores havia gerado uma grave crise no clube.

O tema, que estava com o departamento jurídico, foi para o Comitê, que tenta apurar que papel teve cada um dos nomes envolvidos nas trocas de mensagem que vazaram.

O conselheiro Manoel Evangelista, o Mané da Carne, e o ex-gerente da base, Fabio Barrozo, serão convocados.

Ambos são conhecidos pela estreita relação que mantêm com o ex-presidente e superintendente de futebol, Andrés Sanchez.

ENTENDA O CASO

A história de desvio de dinheiros em negociações com jogadores começou no ano passado e chegou ao presidente Roberto de Andrade há cerca de um mês. O caso provocou o pedido de demissão de Barrozo.

A diretoria alvinegra, por meio do departamento jurídico, confirma o episódio, mas diz que é vítima de toda a situação, que não sabia e que não autorizou as ações da dupla.

O valor envolvido nas negociações é de US$ 110 mil.

Procurado, Barrozo nega que tenha recebido dinheiro por fora e nega que tenha agido de forma inadequada na situação. Nega ainda que tenha pedido demissão por esse motivo.
Trocas de mensagens mostradas ao presidente corintiano ajudam a explicar parte do imbróglio.

A Folha também teve acesso às conversas. Algumas seguem uma ordem cronológica, outras estão embaralhadas. Todas, porém, revelam algo. Há pedidos por parte de Barrozo para que os assuntos não sejam repassados a pessoas próximas de Roberto de Andrade.

Barrozo, ex-gerente da base, e Mané da Carne, conselheiro, são acusados de ter enganado um empresário que mora nos Estados Unidos chamado Helmut Niki Apaza ao venderem duas coisas: uma carta que dava o direito de Apaza representar o clube brasileiro em negociações nos EUA e uma porcentagem de um jogador da base (Alyson José da Motta).

Nenhuma das duas coisas, porém, tinha validade, o que fez o empresário acionar o alvinegro para ser reembolsado.

Segundo a versão do Corinthians, foi assim que a diretoria tomou conhecimento do caso. Veja a galeria abaixo com as conversas.


Endereço da página:

Links no texto: