O Racing, da Argentina, demitiu nesta sexta-feira (6) Juan Carlos Gambandé, preparador de goleiros que fez gestos racistas para a torcida do Atlético-MG após a eliminação dos argentinos da Copa Libertadores, na quarta-feira (4), no estádio Independência, em Minas Gerais.
Usando as mãos, Gambandé simulou para a torcida estar comendo uma banana e foi flagrado pelas câmeras.
A confirmação da demissão foi feita pelo presidente Víctor Blanco, ao ser questionado se o clube já havia tomado alguma decisão sobre o episódio. "Sim. O Racing o tirou do plantel. Assim, ele não pertence mais ao clube. São práticas que o Racing não aceita e que não pode permitir esse tipo de atuação."
Logo após as imagens serem publicadas, jogadores do Atlético-MG criticaram a atitude. "Eu não vou dizer que é normal, pois não podemos aceitar isso nunca. Mas se aconteceu, fica na consciência dele. Somos seres humanos, e quem faz isso não merece a nossa atenção", disse o volante Júnior Urso.
OUTROS CASOS
Esse não foi o primeiro episódio de racismo nesta edição da Libertadores.
Em 17 de março, um torcedor do Nacional do Uruguai foi flagrado imitando um macaco para o atacante Gabriel Jesus, do Palmeiras, durante jogo em Montevidéu. O clube foi multado pela Conmebol (Confederação Sul-Americana) em US$ 10 mil pelo ato.
No dia 13 de abril, o meia Michel Bastos, do São Paulo, disse ter sido chamado de "negro" por D'Alessandro, do River Plate, durante jogo entre as equipes ainda na fase de grupos da competição.
Na quarta (4), o diário argentino esportivo "Olé" foi criticado por publicar uma capa com o título "Mano Negra", com a foto do árbitro negro venezuelano José Argote, que é negro, no jogo em que o Atlético Nacional eliminou o Huracán –o jornal atribuiu a eliminação do time argentino aos erros de arbitragem.