Folha de S. Paulo


Arma para atrair adversários já fez Audax sofrer 7 gols no Paulista

A tática de troca de passes no campo de defesa com o intuito de atrair os rivais e sair com rapidez para o ataque deixa o Audax mais vulnerável ao erro. Dos últimos quatro gols sofridos pela equipe no mata-mata, três nasceram exatamente dos passes errados.

O último deles originou o gol de empate do Santos no primeiro jogo da final do Campeonato Paulista. Tchê Tchê tentou inverter a jogada e entregou a bola nos pés de Ronaldo Mendes, que ajeitou e acertou um lindo chute de fora da área.

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O time de Osasco também já havia "entregado" o gol nos jogos diante do São Paulo e contra o Corinthians. Na semifinal, Juninho recuperou a bola praticamente na grande área e tentou o passe, que foi interceptado por Bruno Henrique. O volante corintiano cruzou para André marcar de cabeça. Nos pênaltis, o time de Fernando Diniz saiu vencedor.

Nas quartas de final, o erro também propiciou o primeiro gol do São Paulo. Bruno Silva foi desarmado por Michel Bastos. A bola ficou com Calleri, que invadiu a área e tocou na saída de Sidão.

Na fase de classificação, os erros de passes propiciaram quatro gols aos rivais. No total, 28% dos 25 gols sofridos pelo time no campeonato nasceram após falhas nessa jogada.

O primeiro foi logo na terceira rodada. Com a bola dominada no campo de ataque, Mike tentou recomeçar o jogo e fez o recuo, o meia Thiago Galhardo, do Red Bull, recuperou, avançou e finalizou para abrir o placar. O erro não prejudicou o time, que conseguiu a virada e venceu por 3 a 2.

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Já na quinta rodada, o meia Rodrigo Andrade, que não está mais no elenco —foi desligado após um desentendimento com Fernando Diniz—, tentou inverter o jogo para o lado esquerdo. Francisco Alex interceptou a jogada e lançou Everaldo, que ajeitou, levou para o meio e bateu. O gol decretou a virada e a vitória do Água Santa por 2 a 1.

Na rodada seguinte, mais uma vez o time entregou a bola para o adversário. Do lado direito da defesa, próximo da grande área, Bruno Paulo tocou para Francis, que errou o passe. Em uma triangulação com Clayson, Wellington Paulista e Rhayner, Felipe Azevedo marcou o terceiro gol no triunfo da Ponte Preta por 3 a 1.

O último erro que originou gol do adversário na fase de classificação aconteceu contra o Botafogo-SP, pela 12ª rodada. O Audax errou o passe na intermediária e a bola foi cruzada para a área. No lance, André Castro cometeu pênalti em Serginho —convertido por Danilo Bueno. O jogo terminou empatado em 1 a 1.

Apesar dos erros, Fernando Diniz não muda o estilo de jogo de sua equipe. Ele diz apoiar que o jogador tente fazer o seu melhor, mas não descarta que, em alguns momentos, o "chutão" seja o melhor recurso.

"Não é proibido dar chutão. Eu vou falar de novo que pode, vocês vão me perguntar 15 mil vezes se não pode, e eu vou falar de novo que pode", disse o treinador após o jogo contra o Corinthians.

"Eu não peço para ninguém errar. Se vocês contarem quantas bolas longas a gente fez, foram várias. Mas poderia ter sido mais. Porque várias vezes o Corinthians encaixou a marcação e nós deixamos de nos movimentar de maneira certa. O passe longo é uma alternativa, eles sabem disso", acrescentou.

De acordo com o Footstas, o Audax é o time que mais perde a bola no campeonato, com 862. O clube de Osasco ainda é o quinto que mais erra passes, com 646. Porém, o time fez até três jogos a mais do que adversários que estão atrás nessa estatística, como XV de Piracicaba, Botafogo e Mogi Mirim.

Por outro lado, é o clube que mais acerta passes na competição, com 8.601. O Corinthians, que tem um jogo a menos —foi eliminado na semifinal—, vem logo atrás com 7.950. O terceiro colocado no ranking é o Santos, que soma 7.443.

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