Folha de S. Paulo


Destro na esquerda, Zeca é aposta do Santos para desafogar Lucas Lima

Ricardo Saibun/SantosFC
SANTOS,SP - Zeca em treino do Santos / ou durante partida do Santos na Vila Belmiro. (Foto: Ricardo Saibun/SantosFC) SANTOS,SP - Gabriel Gabigol em treino do Santos / ou durante partida do Santos na Vila Belmiro. (Foto: Ricardo Saibun/SantosFC) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
O lateral Zeca durante treino do Santos

Chegar pouco mais de uma hora antes do treino do Santos para trabalhar sozinho em campo expõe a vontade do lateral esquerdo Zeca, 21, em ser protagonista do time.

Neste domingo (24) ele e seus companheiros enfrentarão o Palmeiras pela semifinal do Paulista.

Destro que atua na esquerda, algo atípico no futebol, ele colhe os frutos pela dedicação: em pouco mais de seis meses, foi de aposta inesperada do técnico Dorival Júnior a convocado à seleção olímpica.

"Confundo os adversários porque acham que só levo a bola para o meio, mas também vou para o fundo, cruzando de esquerda. Me adaptei, essa é a posição em que quero jogar", diz Zeca. Os treinos são uma sugestão do auxiliar e filho de Dorival, Lucas Silvestre, para aperfeiçoar esses cruzamentos.

Zeca tornou-se arma para desafogar o meia Lucas Lima, o mais visado da equipe. Em passes certos, o lateral é o segundo do Santos e quinto do Paulista, de acordo com o site de estatísticas Footstats.

"Procuro chegar mais no fundo e cruzar forte, à meia altura. Os nossos gols têm saído assim", explica Zeca.

E pensar que só jogar era tudo o que ele desejava. De saída do clube, em julho do último ano, com tudo acertado para atuar nos EUA, recebeu do então recém-chegado treinador a chance que mudou o rumo da carreira.

"Já o tinha visto jogar e enxerguei muito potencial. Quando cheguei, pedi para desmanchar a negociação. E ele confirmou o que pensava", lembra Dorival.

Zeca também ganhou a confiança do clube, que sequer contratou um concorrente direto pela posição. Desde a oportunidade, dos 51 jogos do Santos, ele participou de 46.

DOR E APRENDIZADO

Nascido em Paranavaí, interior do Paraná, chegou a Santos aos 11 anos e teve início difícil. Sofreu com violência, até física, dos pais da família de um ex-companheiro das categorias de base que o acolheu na cidade. Deixou o clube por imposição dos avós.

"Não trago mágoa. Sofri o que nenhum moleque deveria passar", desabafa. Alguns anos depois, foi resgatado por um preparador físico.

O rival que estragou os planos do primeiro título como titular no Santos, vencendo a última Copa do Brasil, também trouxe ensinamentos.

Não cair em "pirraças", termo citado pelo jogador, é a alternativa para não ver outro desfecho negativo. "Futebol é assim em campo: puxão, encontrão, uma palavra a mais. Acho que é uma tática, algo normal, mas a derrota do ano passado trouxe ensinamentos aos mais jovens. Estamos calejados agora."


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