Folha de S. Paulo


Capitã do Rio supera medo de Bernardinho e mira sua 9ª taça

André Horta/Fotoarena/Folhapress
RIO DE JANEIRO, RJ - 28.03.2016: SEMIFINAL DA SUPERLIGA FEMININA DE VÔLEI - Jogadoras do Rexona comemoram ida para mais uma final durante o confronto entre Rexona-Ades e Vôlei Nestlé válido pela terceira rodada das Semifinais da Superliga Feminina de Vôlei 2015/2016. (Foto: André Horta /Fotoarena/Folhapress)
Regiane ergue o braço para comemorar vitória do Rio sobre o Osasco

A oportunidade de defender um dos principais clubes do Brasil empolgava, ainda mais para uma piracicabana recém-saída da adolescência.

Mas, ela confessa, chegou com medo ao "ver aquele cara gritando". O tal cara tinha nome no diminutivo, mas currículo e reações graves.

Era Bernardinho.

Com o passar dos treinos, por mais que tentasse, Regiane Bidias não se enquadrava.

"No primeiro 'esporro' que levei, fui em prantos para casa", diz a ponta. "Na verdade, saía chorando do treino quase toda vez no começo".

Ela não recorda o motivo exato da reprimenda aplicada por Bernardinho, mas hoje, 12 anos depois, dá risada.

Até porque tudo valeu a pena. Aos 29 anos, Regiane é a jogadora há mais tempo no elenco do Rio de Janeiro, que às 9h deste domingo (3) disputa a decisão da Superliga feminina de vôlei contra o Praia Clube, em Brasília.

Atual capitã da equipe, a ponta fará sua 12ª decisão consecutiva do principal torneio nacional e tentará seu nono troféu. Sempre com Bernardinho, que a "promoveu" de criticada a protegida.

"Depois de um tempo, passei a pensar que, se ele falava, é porque achava que eu conseguia fazer. Conforme os anos, fiquei pensando nisso", conta. "Hoje, minha relação com o Bernardinho é muito aberta. Ele me escuta muito."

Nesta temporada, ela já ergueu os troféus da Copa Brasil, do Sul-Americano e do Estadual do Rio de Janeiro.

Regiane é uma exceção no vôlei nacional. Apesar da popularidade do esporte, praticamente nenhum clube firma contrato de trabalho em carteira com as jogadoras.

Ou seja, os vínculos são renovados anualmente, o que gera alta rotatividade.

Com mais de uma década ininterrupta na equipe carioca, ela afirma que já pensou em novos ares, mas sempre, no fim, conseguiu ficar.

"Fico muito feliz de confiarem em mim dentro e fora de quadra", conta. "Mas todo ano é incerteza. Nunca pensei que teria essa relação duradoura na equipe do Rio."

A ponta teve algumas passagens pela seleção brasileira, mas reconhece que disputar um grande evento, como os Jogos Olímpicos do Rio, não está mais no seu radar.

Até mesmo no seu time ela tem se focado em passar experiência para atletas mais jovens, como Gabi, 21, que tem sido figura fácil na seleção.

Regiane parece predestinada a ser uma recordista na Superliga. "Com esta final, já estou 12 vezes mais feliz", diz.

MASCULINA

Os finalistas da Superliga masculina podem ser conhecidos nesta sexta-feira (1º), em dois jogos válidos pelas semifinais.

Às 18h30, o Cruzeiro visita o Sesi, em São Paulo, depois de ter vencido a partida de ida por 3 sets a 1. Embora fora de casa, o time mineiro é favorito.

Além de ser atual campeão, o Cruzeiro conquistou nesta temporada os títulos do Mundial de Clubes e da Copa Brasil.

"Todos nós entramos em quadra para buscar o resultado positivo e amanhã não vai ser diferente", disse o oposto Wallace.

Às 21h, o Campinas recebe o Taubaté, que precisa de um triunfo para se classificar para sua primeira decisão do Nacional.

No primeiro confronto, a equipe do Taubaté levou a melhor por 3 a 1.

NA TV

Sesi x Cruzeiro - 18h30 - SporTV
Campinas x Taubaté - 21h - SporTV


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