Folha de S. Paulo


George Hilton deixa Esporte; Edinho Silva é favorito para assumir a pasta

Evaristo Sa - 27.nov.2015/AFP
O ex-ministro do Esporte George Hilton durante entrevista
George Hilton (PTB) durante entrevista

Com a nomeação de Lula para a Casa Civil e uma dança das cadeiras em ministérios em execução, George Hilton (PRB) deixará o cargo de ministro do Esporte do governo de Dilma Rousseff.

Hilton ocupava a função desde o início de 2015, sucedendo Aldo Rebelo (PC do B).

A tendência é que Dilma e Lula optem por um político da base aliada, já que o PRB rompeu com o governo.

A Folha apurou que o petista Edinho Silva, que chefia a Secom (Secretaria de Comunicação Social), é o preferido. Ele assumiria a pouco mais de quatro meses da Rio-2016.

No dia 11 de março, Marcos Pereira, presidente do PRB, assinou artigo na Folha em que dizia apoiar o impeachment de Dilma. Foi o primeiro passo da saída do partido da base governista. Hilton defendeu publicamente Dilma, afirmando que Pereira se esquecera de conquistas que o PT teve nos anos de governo.

A presidente recebeu bem a defesa, e Hilton imaginava ser mantido no cargo. Além da defesa pública, pesou a favor o fato de os Jogos estarem próximos e uma mudança poderia afetar a organização.

Edinho já era um dos principais interlocutores do Planalto em temas esportivos e negociava, por exemplo, o nome do presidente da Apfut, o órgão criado para fiscalizar os clubes sobre as contrapartidas do Profut (lei de responsabilidade fiscal do futebol).

Edinho também havia sido cotado para presidir a APO (Autoridade Pública Olímpica), mas acabou não sendo indicado para o cargo.

CRÍTICAS

Assim que foi apontado para suceder Aldo Rebelo, Hilton foi alvo de críticas por não ter ligação com o esporte.

Em dezembro de 2014, quando anunciada sua indicação, a ONG Atletas pelo Brasil, capitaneada pelos ex-atletas Raí e Ana Moser, divulgou carta de repúdio à nomeação. A entidade afirmou que Dilma perdia uma grande chance de melhorar a gestão do esporte no país.

Hilton adotou uma conduta conciliadora, reunindo-se com dirigentes de federações, atletas e manteve parte da base do antecessor, principalmente em cargos técnicos.

Em sua gestão, foi aprovado o Profut, a lei de responsabilidade fiscal do futebol, e prorrogada até 2022 a lei de incentivo ao esporte -que permite a empresas deduzirem impostos em troca de investimento no esporte.


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