Folha de S. Paulo


Teixeira chama de 'absurdo' cobrança da Fifa e provoca entidade

O ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira classificou de "absurdo" o pedido da Fifa à Justiça dos EUA para ser ressarcida de supostos valores desviados irregularmente da entidade.

A Fifa diz que Teixeira deve devolver aos cofres da entidade US$ 3.514.025, o equivalente a R$ 13,3 milhões.

Nesta quarta (16), Teixeira afirmou que entrará com uma ação na Justiça da Suíça contra os dirigentes da Fifa.

"Já até constituí um advogado lá e ele acionará a Justiça amanhã [quinta, 17]. Isso é um absurdo", disse o ex-presidente da CBF, que dirigiu a confederação entre 1989 e 2012.

Teixeira até fez uma provocação ao atual presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino, que foi eleito em 26 de fevereiro.

"Quero vê-lo denunciar o [francês Michel] Platini [principal cabo eleitoral de Infantino]. O ex-presidente da Uefa reconhecidamente recebeu dinheiro indevido da Fifa e até agora nada [foi feito]", completou.

Teixeira renunciou à presidência da CBF e ao Comitê Executivo da Fifa em 2012, após denúncias de que recebera dinheiro por partidas da seleção brasileira e de um contrato de marketing da entidade.

Na época, o cartola justificou o afastamento dos cargos citando problemas de saúde.

O CASO PLATINI

Platini e o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter foram suspensos inicialmente por oito anos em dezembro de 2015 pelo Comitê de Ética da Fifa, que os considerou culpados de "conflito de interesses" e de "gestão desleal". Após apelação, a pena foi reduzida para seis anos.

A investigação que resultou no banimento teve início após decisão do procurador-geral suíço de iniciar procedimentos criminais contra Blatter pelo pagamento de 1,8 milhão de euros em 2011 a Platini.

Os dois dirigentes afirmam que o pagamento do valor ocorreu como remuneração de um trabalho de Platini prestado à Fifa em 1998. Porém, não há contrato escrito entre a entidade e o dirigente francês.

A defesa de José Maria Marin, que a Fifa quer que reembolse R$ 433 mil, disse que considera a ação um ato de relações públicas da Fifa, que pretende se colocar na condição de vítima na investigação dos Estados Unidos.

Eles afirmaram ainda que nos documentos não há nada, nem descrição de fatos que possam ter ocorridos, que façam a entidade cobrar o valor de Marin.


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