Desta vez a sorte não ajudou, e o Nacional, do Uruguai, fez o que o Rosario, da Argentina, não conseguiu seis dias antes : gols dentro do Allianz Parque.
Com mais uma atuação irregular, o Palmeiras sofreu a primeira derrota na Libertadores : 2 a 1 para o time uruguaio, na noite desta quarta (9).
O resultado, os erros apresentados e o fato de ter jogado com 11 contra 10 por mais da metade do jogo retomaram a pressão sobre o técnico Marcelo Oliveira, que foi demitido após a partida.
Ele não ficou no banco de reservas na derrota porque estava suspenso. Seu auxiliar Tico dos Santos comandou o time da lateral.
Chamou a atenção de dirigentes do Palmeiras a falta de convicção de Oliveira. Nesta quarta, por exemplo, a torcida começou a pedir o argentino Allione, que estava no banco, logo no início do segundo tempo.
Nem 20 segundos após começarem os gritos, o argentino foi chamado por Tico dos Santos para substituir Jean.
A não escalação do argentino desde o início, autor de dois gols nos dois últimos jogos (sobre Rosario e Capivariano), em vitórias que pareciam ter dado fôlego a Oliveira, também foi motivo de críticas dentro do clube ainda antes de a derrota para o Nacional acontecer.
SEGURANÇA
O Palmeiras não teve seus jogadores de meio inspirados no jogo. Robinho, que atuou aberto pela direita, e Dudu, mais centralizado, estiveram mal.
Mesmo assim, o Palmeiras criou algumas chances, com Gabriel Jesus em uma noite mais inspirada que a dos companheiros.
Duas bobeadas de Thiago Martins, 20, jovem zagueiro que fazia uma boa partida, fizeram o Nacional abrir 2 a 0 em três minutos –houve falta de Victorino em Cristaldo no lance do segundo gol, em que Martins deu condições a Barcia na sequência.
O silêncio pós-gol no Allianz mostrou dois jogadores com que a torcida está sem paciência, que foram vaiados após os torcedores voltarem a se manifestar: Lucas e Jean.
A escalação do volante contratado do Fluminense também rendeu críticas a Oliveira dentro da direção do clube. Arouca estava no banco.
A expulsão de Fucile e o gol de Gabriel Jesus aos 48 minutos do primeiro tempo, que mostrou frieza na frente do goleiro, inflamaram a torcida, que esperava um segundo tempo elétrico do Palmeiras. Engano.
O time pareceu apático, sem criatividade e apenas lançando bolas na área, o chamado "chuveirinho".
Cristaldo e Thiago Martins saíram machucados, para as entradas de Alecsandro e Egídio, respectivamente, e o volante Thiago Santos foi para a zaga.
Allione, o "messias" da torcida alviverde, tentou diversas jogadas individuais, sem sucesso nesta noite.
No meio de campo, Zé Roberto, que cedeu a lateral a Egídio, demonstrou cansaço. Alecsandro também não conseguiu fazer sua especialidade, que é segurar a bola para servir aos companheiros que chegam de trás.
O Nacional ainda teve outro expulso, Gamalho, no final, e o Palmeiras jogou uma bola na trave, mas não chegou ao gol.
A torcida ficou calada e preferiu vaiar o árbitro chileno Enrique Osses. O Nacional assumiu a liderança do Grupo 2, com cinco pontos. O Palmeiras é o vice-líder com quatro, superando o Rosario pelo confronto direto.