Folha de S. Paulo


Preso por corrupção, equatoriano renúncia à presidência da federação

Xinhua
Luis Chiriboga (dir.) acompanha treino da seleção do Equador em novembro antes de jogo contra o Uruguai
Luis Chiriboga (dir.) acompanha treino da seleção do Equador em novembro antes de jogo contra o Uruguai

Em prisão domiciliar por envolvimento no escândalo de corrupção da Fifa, o presidente da Federação Equatoriana de Futebol (FEF), Luis Chiriboga, apresentará nesta terça-feira (8) sua renúncia ao cargo. A informação foi confirmada por Juan Carlos Machuca, advogado do dirigente.

"Não apresentou a renúncia ainda, mas vai apresentá-la ao diretório da Federação Equatoriana de Futebol na terça-feira", disse Manchuca sem dar detalhes.

"Nos dias anteriores circularam rumores sobre esta possibilidade de que o engenheiro firmasse a renúncia e amanhã [terça-feira] ele vai tratar deste tema no diretório. Efetivamente há uma renúncia já firmada".

Acusado de lavagem de dinheiro, Chiriboga e o secretário da FEF, Luis Acosta, estão sob prisão domiciliar desde dezembro passado por terem mais de 65 anos.

A luta pelo poder na Conmebol e a tentativa de enfraquecer o poder do Brasil e, principalmente, da Argentina na Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) fez se alastrar a corrupção dentro da entidade, de acordo com o relatório da Justiça dos Estados Unidos que investiga o pagamento de suborno a dirigentes do futebol.

As propinas a dirigentes começaram a ser pagas por parceiros comerciais da Conmebol nos anos 90, mas principalmente para a cúpula da entidade, segundo a denúncia norte-americana. O paraguaio Nicolás Leoz, presidente, e os argentinos Julio Grondona, que chefiava a AFA (Associação de Futebol da Argentina), e Eduardo Deluca, secretário-geral indicado por Grondona, comandavam a entidade na época.

Em 2009, seis presidentes de federações nacionais criaram o "Grupos dos Seis", para negociar em bloco os direitos comerciais de torneios em seus países, de jogos de suas seleções, mas também para tentar entrar na negociação de competições dentro da Conmebol.

O grupo era chefiado por Luis Chiriboga e pelo venezuelano Rafael Esquivel, que está preso desde maio. Faziam parte também o colombiano Luis Bedoya, o peruano Manuel Burga, o boliviano Carlos Chávez e o paraguaio Juan Ángel Napout, presidente da Conmebol preso nesta quinta (3) mas que, na época, chefiava a Federação Paraguaia de Futebol.


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