Folha de S. Paulo


Após demitir vice, presidente do Fluminense confirma saída de técnico

Nelson Perez - 22.fev.2016/Fluminense F.C.
O técnico Eduardo Baptista durante treino do Fluminense
O técnico Eduardo Baptista durante treino do Fluminense

Um dia após a derrota para o Botafogo, em Vitória (ES), a quinta-feira (25) foi de muita instabilidade política no Fluminense. O presidente do clube, Peter Siemsen, demitiu o vice-presidente de futebol, Mário Bittencourt, e confirmou a saída do técnico Eduardo Baptista.

Tudo começou quando o vice-presidente optou por afastar Baptista após uma conversa com o treinador ainda no hotel em que o time carioca estava hospedado na capital capixaba.

Assim que foi informado, Siemsen se irritou por não ter sido consultado e decidiu agir. Pouco depois do meio-dia, o clube fez um comunicado oficial, anunciando a queda de Bittencourt e o afastamento por 30 dias do diretor de futebol Fernando Simone.

"O Fluminense comunica o desligamento do Sr. Mário Bittencourt da vice-presidência de Futebol. O clube aproveita para agradecer pelo trabalho desenvolvido durante o período em que o dirigente esteve no cargo", disse a nota.

A situação do técnico permaneceu indefinida até o fim da tarde, quando Siemsen confirmou a saída de Baptista em entrevista coletiva.

"Fiquei sabendo da demissão do técnico pela imprensa. Eu estava esperando ele chegar em Campinas para conversar. Mas, com a forma prematura como foi conduzida, fui obrigado a comunicar a saída do vice de futebol por telefone", afirmou o presidente.

"Agora à tarde pude conversar com o Eduardo. Infelizmente, o projeto não deu certo, mas ele vai ter condições de fazer grandes trabalhos em outros clubes. Foi uma despedida dura, porque ele foi muito correto e tem muita dignidade. A conversa foi longa e emocionante. Mas entendemos juntos que o melhor seria a saída dele" justificou Siemsen.

Esse não foi o primeiro desentendimento político no clube das Laranjeiras. Depois da derrota para o Madureira, o mandatário queria trocar a comissão técnica, entretanto Bittencourt se opôs a mudança, gerando desconforto.

Nelson Perez - 30.jan.2015/Fluminense F.C.
O ex-vice-presidente de futebol do Fluminense, Mário Bittencourt
O ex-vice-presidente de futebol do Fluminense Mário Bittencourt

PASSAGEM RÁPIDA

No cargo desde setembro, Eduardo Baptista foi incapaz de repetir no Fluminense os mesmos resultados obtidos pelo Sport no Campeonato Brasileiro. O time encerrou a competição em 13º lugar, quando a expectativa era de briga por uma das vagas para a Copa Libertadores.

A classificação para o torneio sul-americano quase veio por outra via. A equipe avançou até as semifinais da Copa do Brasil, mas foi eliminada para o Palmeiras nos pênaltis.

Ao todo, foram 26 jogos no comando do Flu, com oito vitórias, cinco empates e 13 derrotas. O aproveitamento de 37,1% é o pior entre todos os técnicos no período de Siemsen na presidência.

IRREGULARIDADE

O Fluminense teve um início oscilante no Estadual do Rio. Em seis partidas, o clube das Laranjeiras somou sete pontos e ocupa apenas a quarta posição do Grupo A. Além disso, perdeu os dois clássicos disputados –2 a 1 para o Flamengo e 2 a 0 para o Botafogo.

Na Primeira Liga, o time é o segundo no Grupo A, com três pontos em dois jogos.


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