Folha de S. Paulo


Após fechar apoio a suíço, CBF cogita mudar voto na eleição da Fifa

Karim Jaafar/AFP
(FILES) This file photo taken on January 31, 2016 shows the head of the Asian Football Confederation (AFC) and FIFA presidential candidate, Bahraini Sheikh Salman Bin Ebrahim Al-Khalifa answering AFP journalists' questions during an interview on January 31, 2016 in the Qatari capital Doha. Sheikh Salman bin Ebrahim Al-Khalifa is a blue-blooded contender in the FIFA leadership race who emerged from nowhere to become a frontrunner to lead world football. / AFP / Karim JAAFAR
O xeque Salman bin Ebrahim Al-Khalifa durante entrevista na Suíça

Depois de selar um pacto com as demais federações de futebol da América do Sul para votar no suíço Gianni Infantino para presidente da Fifa, a CBF cogita trocar o seu voto em cima da hora –a eleição será na sexta-feira (26).

Com o crescimento na reta final da candidatura do xeque Salman bin Ebrahim al-Khalifa, do Bahrein, os brasileiros adotaram uma postura mais política e decidiram que irão ouvir todos os candidatos antes de fechar apoio.

Desde a semana passada, o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, discute com cartolas do exterior e integrantes de sua diretoria a mudança de lado.

Ele teme sofrer represália do xeque do Bahrein em caso de vitória. Del Nero está afastado da presidência da CBF desde dezembro após ser acusado pelo FBI (polícia federal norte-americana) de integrar esquema de propinas.

O brasileiro também é investigado pelo Comitê de Ética da Fifa e pode ser afastado do poder pela entidade.

O Brasil só vai anunciar seu voto no dia da eleição. Mesmo afastado da presidência, Del Nero continua decidindo as estratégias da CBF. Ele, porém, não viajará à Suíça e será representado pelo coronel Antonio Carlos Nunes, presidente interino da CBF.

Candidatos à presidência da Fifa

CRISE HISTÓRICA

A escolha do novo presidente da Fifa acontecerá em meio à maior crise da história centenária da entidade.

Al-Khalifa comanda a federação asiática de futebol e tem apoio de quase todos os filiados do seu continente –são 46 países que votam.

No começo do mês, o xeque fechou um acordo com os líderes da Confederação Africana de Futebol, entidade que controla o continente com o maior colégio eleitoral –54 votos– e se cacifou como um dos favoritos.

Europa (53 votos), Américas do Norte e Central e Caribe (35), Oceania (11) e América do Sul (10) completam o colégio eleitoral da Fifa.

O Brasil não deve ser o único a abandonar Infantino na reta final. Outros países da América do Sul já confidenciaram aos cartolas da CBF que cogitam mudar de lado.

Ex-secretário-geral da Uefa (associação europeia), Infantino conta com o apoio dos países da Europa e, em tese, da América do Sul. Ele se candidatou depois da punição imposta ao então presidente da Uefa, Michel Platini, acusado de receber dinheiro ilegal da Fifa –em razão do episódio, ele e o presidente da Fifa à época, Joseph Blatter, foram banidos por oito anos de toda atividade no futebol.

Os dois foram punidos por causa de um pagamento em 2011 a Platini, autorizado por Blatter, no valor de R$ 8 milhões, por um trabalho que teria sido feito no fim de 1999 e no início dos anos 2000.

O francês Jérôme Champagne, ex-dirigente da Fifa, o jordaniano Ali Bin Al Hussein e o sul-africano Tokyo Sexwale também disputam o cargo. O africano deve abrir mão de sua candidatura.

Editoria de Arte/Folhapress
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