Folha de S. Paulo


Análise

Desafio maior de Guardiola no City será ganhar a Europa

O Manchester City, da Inglaterra, anunciou a contratação, por três anos, de Pep Guardiola, 45, considerado um dos melhores treinadores do mundo, se não o melhor.

O maior desafio do espanhol será inserir o clube entre os grandes da Europa.

Para isso, existe apenas um jeito: conquistar a badalada Liga dos Campeões. De preferência, mais de uma vez.

Real Madrid, Barcelona, Manchester United, Liverpool, Juventus, Milan, Inter de Milão, Bayern de Munique. Todos esses, considerados gigantes no velho continente, venceram a competição -e pelo menos duas vezes.

E o City? Seu único troféu internacional é o da Recopa europeia, no distante 1970.

Até tem chance de ser campeão do principal torneio europeu já neste ano, mas são poucos os especialistas que creem em um triunfo da equipe sob o comando de Manuel Pellegrini, 62, que passará o bastão a Guardiola em junho.

Com o chileno, a eliminação, em 2014 e em 2015, ocorreu nas oitavas de final, as duas vezes ante o Barcelona.

O adversário desta vez nas oitavas será o Dynamo de Kiev, da Ucrânia. O City é favorito no duelo, mas mais à frente, diante de um Barcelona, de um Bayern, de um Real Madrid, de uma Juventus ou mesmo de um PSG (outro novo rico do futebol que não ganhou a Liga), será azarão.

Caberá a Guardiola fazer do City favorito sempre, a equipe a ser superada, algo que atualmente não é realidade nem na Inglaterra.

Campeão nacional em 2012 (com Roberto Mancini) e em 2014 (com Pellegrini), nesta temporada o time tem oscilado e se vê atrás do surpreendente Leicester. Não parece, contudo, correr risco de não se classificar para a Liga dos Campeões 2016/17 -é o atual segundo colocado no Inglês.

Motivação não vai faltar a Guardiola, que escancarou desde o anúncio de sua saída do Bayern de Munique o desejo de treinar um time inglês.

Dinheiro no bolso, também não. Seu ganho mensal, de acordo com o jornal "The Guardian", será de 1,25 milhão de libras (R$ 7 milhões), ou mais de 17 vezes o salário de Tite, do Corinthians. Competência já provou ter (ganhou duas Ligas dos Campeões e três Mundiais de Clubes).

Elogios de selecionáveis brasileiros vêm aos montes; Neymar afirmou que quer um dia ser treinado pelo espanhol, considerado por Douglas Costa, seu jogador no clube alemão, um "gênio".

Recursos para fazer contratações adequadas (pois ao menos um de seus destaques, o marfinense Yaya Touré, deve sair), o City tem de sobra. O "Guardian" publicou que serão 150 milhões de libras (R$ 860 milhões) para reforços.

Tem tudo para dar certo, e é o que a parte azul de Manchester espera que aconteça.


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