Folha de S. Paulo


Conmebol elege por unanimidade paraguaio como novo presidente

Andrés Cristaldo Benitez - 11.jan.2016/Efe
O paraguaio Alejandro Dominguez, o novo presidente da Conmebol
O paraguaio Alejandro Dominguez, o novo presidente da Conmebol

Alejandro Dominguez, 44, foi eleito nesta terça-feira (26) o novo presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). O mandato vai até 2019.

Ele foi candidato único depois que o uruguaio Wilmar Valdez, 50, retirou seu nome –Valdez presidia interinamente a Conmebol. Dominguez recebeu o apoio das dez confederações.

"O grande compromisso é restaurar a credibilidade da Conmebol. Queremos dar ênfase na transparência", disse Dominguez.

Valdez tinha apenas três votos (Uruguai, Equador e Peru) dos dez possíveis e desistiu de concorrer.

"Alejandro Dominguez é quem pode dirigir a instituição com o apoio de todas as associações", disse Valdez em pronunciamento no Congresso extraordinário, em Luque, no Paraguai.

O acordo já estava desenhado entre as três principais confederações: a paraguaia (que tem poder por ser o país-sede da Conmebol), Brasil e Argentina, até para as três vice-presidências.

Foram eleitos para primeiro vice o colombiano Ramon Jesurun e para segundo, o venezuelano Laureano González. O terceiro vice seria da Bolívia, mas como a presidência da federação local está sendo questionada na Justiça, por suspeita de corrupção, a Conmebol decidiu adiar a definição desse posto.

Como previsto, Dominguez foi indicado como vice-presidente da Fifa, representando a Conmebol, e Luis Segura, presidente da AFA (Associação de Futebol da Argentina), um dos membros da América do Sul no Comitê Executivo da Fifa –o outro é o brasileiro Fernando Sarney, vice-presidente da CBF. É provável que Valdez ocupe uma quarta vaga que a Conmebol terá na Fifa a partir de fevereiro.

Ligado ao Olímpia, tradicional clube paraguaio três vezes campeão da Libertadores (1979, 1990 e 2002), Dominguez é homem de Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol preso em dezembro de 2015 acusado de corrupção.

Ele foi vice-presidente da Associação Paraguaia de Futebol de 2007 a agosto de 2014, quando assumiu a presidência ocupando a vaga de Napout, que se tornou o principal dirigente da Conmebol.

A Folha apurou que desde o momento da prisão de Napout, em dezembro de 2015, Dominguez era o favorito para assumir a Conmebol bancado pelas três principais confederações.

A vitória de Dominguez manterá, por exemplo, os contratos vigentes dos direitos comerciais das principais competições organizadas pela Conmebol, como a Libertadores e a Copa América.

A venda dos direitos desses torneios foi o que levou à prisão os três últimos presidentes da Conmebol (Napout, o também paraguaio Nicolás Leoz e o uruguaio Eugenio Figueredo), além de outros cartolas do continente, como o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Todos são acusados pela Justiça dos EUA de receber propina para negociar essas competições para determinadas empresas de marketing esportivo.

Valdez estava aberto a ouvir novas propostas, como de uma empresa uruguaia chamada Global Sports Partners, o que incomodava os cartolas que hoje comandam a Conmebol, que não querem ver o assunto à tona depois das prisões.


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