Folha de S. Paulo


Com a pior situação financeira, basquete culpa falta de patrocínio

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Carlos Nunes, presidente da CBB, durante palestra
Carlos Nunes, presidente da CBB, durante palestra

Confederação olímpica de pior situação financeira atualmente, a CBB (basquete) afirmou que "todos os problemas advêm do fato de ser a única das grandes que, desde 2014, não tem patrocínio de uma empresa pública ou de economia mista".

A entidade teve resultado negativo de R$ 6,5 milhões, de acordo com estudo feito pelo professor em contabilidade Jorge Eduardo Scarpin, da Universidade Federal do Paraná. Os resultados foram obtidos a partir de balanços divulgados pelas instituições.

Em nota enviada à Folha, a CBB também evocou mudanças em seu contrato de patrocínio com a Eletrobrás, que após os Jogos Olímpicos de Londres-2012 reduziu pela metade o repasse.

"As consequências desses fatos repercutem até hoje. Para enfrentar os problemas mais urgentes, não restou alternativa que não seja o endividamento", disse a CBB.

O balanço financeiro da entidade apontou uma dívida de R$ 13 milhões em 2014.

A CBB afirmou ainda que busca um patrocinador "em todas as esferas" e que reduções de custo não são feitas na intensidade e velocidade desejada para não prejudicar as atividades que tem, muitas das quais obrigatórias.

Mesmo entre as confederações com melhor saúde financeira há problemas.

Entidade que fechou 2014 com mais dinheiro em caixa, a CBV (Vôlei) teve queda de R$ 24 milhões em sua receita na comparação entre os dois últimos anos: caiu de R$ 128 milhões em 2013 para R$ 104 milhões na passada.

Segundo a entidade, "houve uma redução na receita de convênios e no valor de patrocínios a eventos realizados pela entidade". Ela também reconheceu aumento em sua dívida total —motivada basicamente por provisão de despesas—, mas que a relativa a 2014 já foi paga neste ano.

"A Confederação Brasileira de Voleibol tem equilíbrio em suas contas. Ainda que o país viva uma conhecida crise financeira, a CBV manterá em alto nível o planejamento de preparação olímpica de sua equipe para os Jogos Rio-2016, assim como o padrão de excelência nas competições organizadas pela entidade."

A Folha procurou a CBHb (Handebol), que terminou 2014 com R$ 2,3 milhões em caixa, mas é apenas a 19º em termos de saúde financeira.

Porém, não obteve resposta da entidade. O Comitê Olímpico do Brasil disse que não possui dívidas e que tinha saldo de R$ 123 milhões em dezembro de 2014.

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