Eleito nesta quarta-feira (16) como vice-presidente da CBF, o presidente da Federação Paraense de Futebol, Antonio Carlos Nunes, 77, sentou-se na cadeira do presidente licenciado da entidade, Marco Polo Del Nero.
A Folha apurou que horas depois de ser eleito o primeiro na linha de sucessão em caso de saída de Del Nero, coronel Nunes, como gosta de ser chamado, fez questão de ser fotografado no gabinete.
Desde que o dirigente paulista se licenciou do cargo no dia 3, após ser indiciado nos EUA, nenhum cartola da CBF havia ocupado o assento no gabinete da presidência da entidade.
Ele até levou uma neta para fazer fotografias sentando na principal cadeira da entidade.
Nesta quarta (16), coronel Nunes foi eleito vice-presidente na vaga de José Maria Marin, preso no exterior desde maio.
A eleição do coronel faz parte da estratégia de Del Nero para evitar a posse do presidente da Federação Catarinense de Futebol, Defim Peixoto, 74, em caso de renúncia do dirigente licenciado.
Peixoto é opositor de Del Nero. Pelo estatuto da entidade, o vice mais velho comandará a entidade se houver renúncia.
O coronel Nunes avisou que voltaria ao prédio da CBF nesta quinta (17) para "tomar conhecimento" das novas tarefas.
Por enquanto, a CBF é comandada pelo deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), vice-presidente da Região Centro-Oeste.
Até agora, Vicente se recusa a trabalhar na cadeira de Del Nero. Ele despacha diariamente de uma sala próxima da presidência.
Ao assumir o novo cargo, coronel Nunes afirmou, na quarta, que não existe corrupção no futebol brasileiro. Ele disse que o técnico do Paysandu, Dado Cavalcanti, é o melhor treinador do país e que Dunga terá que ter resultados para permanecer no cargo.
O dirigente contou também que é fã do lateral Yago Pikachu, que era do Paysandu, seu clube de coração, e foi negociado com o Vasco.