Folha de S. Paulo


Novo vice da CBF, coronel Nunes diz que não existe corrupção no futebol

Divulgação/CBF
O presidente da Federação Paraense de Futebol, Antônio Carlos Nunes, foi eleito vice-presidente da CBF
O presidente da Federação Paraense de Futebol e vice da CBF, Antônio Carlos Nunes

Eleito nesta quarta (16) vice-presidente da CBF, o presidente da Federação Paraense de Futebol, Antonio Carlos Nunes, 77, defendeu Marco Polo Del Nero e disse que não existe corrupção no futebol brasileiro.

Um dos últimos a deixar o prédio da entidade no início da noite, coronel Nunes, como é conhecido, admitiu que não tinha planos para comandar a CBF, mas afirmou que aceita assumir o cargo de Del Nero em caso de renúncia do cartola.

Como vice mais velho, ele é o primeiro na linha sucessória, de acordo com o estatuto da entidade.

"Acabei de ser eleito. Nunca imagine chegar aqui. Vamos ver o que vem pela frente. Não é só o dedo do presidente que resolve", disse Nunes, escolhido para substituir José Maria Marin na vice-presidência da CBF.

Coronel da reserva da PM do Pará, Nunes obteve 44 votos da assembleia-geral da entidade. Três dirigentes votaram contra o paraense, outros três em branco e cinco abriram mão do voto.

"Não acredito em corrupção no futebol. Nunca vi isso. Eles não têm coragem de chegar perto de mim", disse o paraense, acrescentando que é "amigo de muitos anos" de Del Nero.

Os últimos três presidentes da CBF (Del Nero, Marin e Ricardo Teixeira) são acusados pela Justiça americana de fazer parte de um esquema de recebimento de propina na venda de direitos de competições no Brasil e no exterior.

A eleição do coronel Nunes foi a opção encontrada por Del Nero para evitar a posse do presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto, 74, em caso de renúncia.

Peixoto faz oposição a Del Nero e era o vice mais velho até então.

FÃ DE YAGO PIKACHU

Presidente da Federação Paraense de Futebol há 24 anos, o coronel revelou ser um "boleiro".

Apesar de ter elogiado o trabalho de Dunga, ele afirmou que o treinador da seleção terá que mostrar resultado em 2016 para se manter no cargo.

O dirigente disse que o melhor treinador do país é Dado Cavalcanti, do Paysandu, seu clube de coração: "Ele recuperou o time e quase o colocou na Série B".

O paraense também elogiou o técnico do Águia de Marabá, João Galvão, que já comandou a equipe em mais de 250 jogos. "Ele é bom, mas para o Águia", disse o coronel, ao ser questionado se o treinador poderia comandar o time nacional.

Outro que conta com o apreço de Nunes é o lateral Yago Pikachu, do Paysandu. O jogador foi negociado com o Vasco nesta quarta.

"Rapaz, poucas vezes vi um cara que bate na bola com tanta qualidade. Entra pela lateral, corta da direita para esquerda como ninguém e faz muitos gols. É excelente. Tem potencial e vai se dar bem no Vasco. Até liguei para o Jorginho para elogiar o Yago, mas ele estava focado na reta final do Brasileiro", contou.


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