Em 13 segundos de luta, José Aldo foi ao chão em Las Vegas (EUA) atingido por golpe demolidor de esquerda do irlandês Conor McGregor, que, assim, levou do brasileiro o cinturão dos pesos-penas do UFC, principal circuito de MMA (artes marciais mistas).
A queda foi simbólica: encerrou, de forma retumbante, os anos de ouro da "velha guarda" brasileira do UFC, que dominou o circuito no início dos anos 2000 e foi fundamental para a popularização da modalidade no país.
Na fase moderna do UFC, a partir de 2001, quando o norte-americano Dana White assumiu o controle da franquia, lutadores brasileiros abriram a socos, pontapés e outros golpes seus caminhos rumo ao topo do circuito.
Nesses anos, se apossaram do cinturão e se tornaram estrelas mundiais da categoria nomes como Anderson Silva, Vitor Belfort, Rodrigo Minotauro, Mauricio Shogun, Lyoto Machida e Júnior Cigano.
Na esteira da ascensão desse grupo, a modalidade ganhou uma legião de fãs pelo Brasil e espaço na mídia: surgiu um canal específico de pay-per-view (o Combate, da Globosat) e, em 2011, foi rompida a barreira da TV aberta com exibições pontuais na Globo, inclusive ao vivo.
Aldo era o último desses pioneiros ainda com o cinturão. Tinha 25 vitórias e apenas uma derrota no MMA –para o compatriota Luciano Azevedo ainda no Jungle Fight (outro circuito), em 2005. Há dez anos, portanto, não sabia o que era perder.
Anderson "Spider" Silva, o mais pop desses lutadores, reinou nos médios por nove anos, fez dez defesas de cinturão com sucesso, mas caiu duas vezes em 2013 diante do americano Chris Weidman.
Na segunda luta, sofreu uma grave lesão, se recuperou, mas foi flagrado no doping em janeiro deste ano, no seu retorno ao octógono. Está suspenso até fevereiro de 2016, mas terá dificuldade para voltar ao topo do UFC.
Rodrigo Minotauro, 39, se aposentou em agosto deste ano. Os demais continuam na ativa, mas nenhum deles é dono de cinturão no UFC.
Júnior Cigano, 31, o mais jovem deles, quer voltar ao topo. Luta na semana que vem, dia 19 de dezembro, contra o holandês Alistair Overeem, na tentativa de se credenciar de novo à disputa do título, nas mãos do brasileiro Fabrício Werdum, 37.
Werdum e Rafael dos Anjos, 30, são os únicos brasileiros hoje com cinturões no UFC, mas ambos chegaram ao topo do circuito só este ano: Rafael, no peso-leve, em março, e Werdum, no peso-pesado, em agosto.