Folha de S. Paulo


É cedo para falar em efeito cascata de saída de patrocínio, diz publicitário

Em meio aos escândalos de corrupção que atingem a CBF, Ivan Marques, sócio-diretor da F/Nazca, agência de publicidade que inclusive tem a conta de algumas parceiras da confederação, defendeu a criação de uma liga como forma de resgatar o futebol brasileiro.

Para o executivo, ainda é cedo para dizer se haverá efeito cascata –com outras patrocinadoras deixando a CBF– após a saída da P&G, mas a preocupação das empresas com a crise política certamente aumentará.

"Eu acho que a criação de uma liga é um caminho super viável para melhorar e resgatar o futebol brasileiro. Os valores que a CBF arrecada, se comparados com o que os clubes ganham, é uma diferença enorme. Começa a vir uma pergunta de para que serve a CBF, então? Se não é pra impor regras de boas práticas, ao menos, para que então?", diz Marques.

A F/Nazca tem hoje a conta do Guaraná Antarctica e da Sadia, patrocinadores da CBF. Ele afirma que não fala por nenhuma das duas e que nenhuma delas se manifestou sobre o assunto.

"Os exemplos da Europa e dos Estados Unidos mostram que a liga pode ser, sim, a melhor alternativa. Não só para os patrocinadores, mas também para os clubes. Se você melhora o nível do futebol, você aumenta, obviamente, o interesse por ele, atraindo mais parceiros", explica.

"A seleção continua sendo um ativo importante, sim. Talvez ainda o mais importante do ponto de vista internacional. E acho que ainda há uma separação grande entre CBF e seleção. Mas a associação acaba acontecendo, na medida em que quem cuida do dinheiro que você está colocando é essa entidade que tem seus gestores questionados até pela Justiça americana", completa Marques.


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