O deputado federal Marcus Vicente (PP-ES) foi a terceira opção de Marco Polo Del Nero para substituí-lo como presidente interino da CBF.
No início da noite de quinta (3), Del Nero se reuniu com a cúpula da entidade e chegou a escolher outros dois vices para ficar no seu cargo antes de publicar no site da CBF o deputado como seu substituto.
A opção por Vicente demorou cerca de uma hora.
O deputado, um dos líderes da CBF em Brasília, já havia consultado a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara sobre a possibilidade de ocupar o cargo e recebeu carta branca.
No ano passado, ele foi eleito para o quarto mandato com 45.525 votos.
O primeiro escolhido por Del Nero para sucedê-lo foi o empresário Fernando Sarney. Vice-presidente da CBF pela região Norte, ele recusou o convite. Alegou oficialmente ter uma série de compromissos na sua carreira para não poder ocupar a vaga.
Filho do ex-presidente Sarney, o empresário foi nomeado na semana passada pelo licenciado presidente da CBF para ocupar o seu cargo no Comitê Executivo da Fifa.
Depois da negativa de Fernando Sarney, Del Nero decidiu convidar o alagoano Gustavo Feijó, vice-presidente da região Nordeste.
Ele é membro da tropa de choque do cartola, mas tem perfil pouco conciliador. Por isso, Del Nero recuou rapidamente. Em 2010, Feijó foi preso pelo Exército acusado de fazer boca de urna em Alagoas. Dois anos depois, Feijó foi eleito prefeito de Boca da Mata e é apadrinhado político do ex-presidente da República Fernando Collor.
'PACIFICAR'
Sem opção, Del Nero foi obrigado a escolher o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES). Ele é vice-presidente da CBF como representante da região Centro-Oeste.
À Folha, o deputado disse que o seu objetivo imediato é "pacificar" a CBF.
"Entro para pacificar e não para fiscalizar a CBF. Deixo esse papel para os órgãos competentes", disse o presidente interino, que não se estendeu quando perguntado sobre a situação de Del Nero. "Não gosto de fazer juízo de valor".
Vicente foi presidente da Federação de Futebol do Espírito Santo entre 1994 e 2015. Está em seu quarto mandato como deputado federal. Ele é de Ibiraçu (ES), onde também foi eleito prefeito duas vezes.
Em 2015, declarou apenas um carro e um apartamento para a Justiça Eleitoral.