Folha de S. Paulo


ANÁLISE

Com domínio da Mercedes, 2015 foi positivo para brasileiros na F-1

A mais longa temporada da história da F-1 chegou ao fim em Abu Dhabi em uma corrida previsível. Domínio da Mercedes e vitória relativamente tranquila de Nico Rosberg.

Depois de uma noite para festejar —ou afogar as mágoas do Mundial que chegou ao fim—, os times agora viram, já partir desta segunda-feira (30), seu foco para 2016.

O primeiro compromisso é o teste da Pirelli nesta terça (1º) no circuito de Yas Marina, que será de responsabilidade de pilotos novatos. Mas os times já estarão atrás de qualquer informação que possam colher para o próximo campeonato, já que o regulamento para 2016 permanece estável.

Mas após 19 corridas, o que ficou de 2015?

Impossível não reconhecer o excelente trabalho da Mercedes que, não apenas conseguiu manter-se por mais um ano no topo como ainda amealhou novos recordes, apesar da aproximação –inesperada para muitos– da Ferrari nesta temporada.

Outro ponto alto do ano foi a performance de Lewis Hamilton. Cada vez mais confortável com si mesmo, o inglês, agora tricampeão mundial, mostrou seu melhor nesta temporada. Cometeu poucos erros, foi veloz e constante. Viu sua faixa de campeão ser carimbada algumas vezes no fim do Mundial, mas nada que apagasse sua brilhante temporada.

Para o Brasil, foi um campeonato positivo. Apesar dos dois representantes do país na categoria estarem em momentos opostos de suas carreiras, cada um fez o que se esperava com o equipamento que tinham em mãos.

Felipe Massa, que aos 34 anos já não tem mais um longo futuro na F-1, começou o ano melhor do que terminou, mas ainda assim deu trabalho para Valtteri Bottas, seu companheiro de Williams, e surpreendeu a muitos no paddock.

Em 2016, terá que mostrar que ainda tem o que é preciso para continuar na categoria, que a cada dia vê a chegada de mais jovens e bons talentos, como é o caso de Felipe Nasr.

Com praticamente o mesmo Sauber que começou a temporada na Austrália, o brasileiro só não ficou com o título de novato do ano porque foi ofuscado pelo teen holandês Max Verstappen, destaque do ano, mas que, verdade seja dita, tinha um carro superior em mãos.

Mas Nasr deixou seu cartão de visitas e impressionou com sua maturidade, velocidade e rápido aprendizado. No ano que vem, porém, terá uma missão mais difícil. Na mesma Sauber, já não terá mais o fato de ser estreante como "muleta" e terá de dar o salto para uma equipe ao menos mediana em 2017.

Caso contrário pode entrar para a longa lista das promessas que podiam ter vingado, mas que estavam no lugar errado, na hora errada.

Agora só resta começar a contagem regressiva para o Mundial do ano que vem. Faltam 111 dias.


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